Rua movimentada no centro da cidade. Numa esquina há uma placa dizendo: "Conte sua história - R$ 1,00". Amarrado à placa há um pote de vidro cheio de moedas.
Uma mulher de 30 anos, com roupas discretas e formais, vem caminhando.
Ela nota a placa e para. Olha em volta: não há ninguém por perto, só as pessoas passando.
A mulher fica ao lado da placa, arruma a postura como se falasse a uma platéia (embora ninguém a observe).
MULHER - Eu nasci em Santana do Parnaíba. Minha mãe era professora do Estado e meu pai trabalhava na prefeitura. Quando eu tinha oito anos ele morreu. Minha mãe pediu transferência pra Santos, pra morar perto da irmã dela, que é minha tia. Eu gostava de desenhar quando eu era mais nova. Pensei em estudar Artes Plásticas mas fiquei com medo por causa do desemprego. Então eu estudei Psicologia na Universidade Católica, que minha mãe não tinha dinheiro para pagar. Eu fui trabalhar num escritório e estudava de noite. Meu primeiro namorado era colega da minha turma. Ele não era muito bonito mas era engraçado, tinha muita energia, eu era apaixonada por ele. Mas depois ele começou a me tratar mal. Ele dizia que eu não tinha ambição, que meu único objetivo na vida era arrumar um emprego pra pagar as contas. Um dia ele disse que queria terminar e eu chorei muito mesmo, muito mais do que eu já tinha chorado na vida. Mas eu me formei, depois comecei a trabalhar no departamento de recursos humanos de uma empresa aqui em São Paulo. Minha mãe se aposentou e veio morar comigo, e no ano passado eu me matriculei num curso de pós-graduação em administração e marketing. É isso.
A mulher olha à sua volta. Ninguém a observa.
Ela fica um pouco constrangida, por fim abre a bolsa e procura uma moeda.
Coloca a moeda de R$ 1,00 no pote, e vai embora.
(roteiro escrito para o projeto Tertulia, de Duilio Ferronato)
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Um favorzinho
Queridos amigos, tem algo estranho no contador de acessos do meu outro blog. Por isso peço um favor.
Entrem no blog mesmo sem ler, só pra eu checar se o contador marca alguma coisa:
http://coletaneapratica.blogspot.com/
Obrigadinha.
Entrem no blog mesmo sem ler, só pra eu checar se o contador marca alguma coisa:
http://coletaneapratica.blogspot.com/
Obrigadinha.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Limas da Pérsia, 5
Decisões em 27 de setembro de 2009 às 16h30.
- Retomar o título na gaveta desde 1997, "O materialismo dialético das lésbicas"
- Escrever como peça de teatro (porque é mais rápido e ando sem tempo; porque sinto falta do teatro - humana e politicamente)
- - -
Ou talvez eu não escreva como teatro. Posso continuar em capítulos ríspidos a partir do conto que fiz para o Rosel, "Lésbicas falando de suas mães". Sendo ríspido, é mais rápido.
- - -
Detalhe curioso: "Calcinha no varal" foi escrito com menos horas-cadeira que horas-angústia ou horas-pensamento. Seis anos de angústia e três meses no computador. Para publicar, foi surpreendemente fácil. Simplesmente aceitaram.
Muita gente, até hoje, acha o texto fácil e engraçado, elogiam a agilidade narrativa.
Mas isso não foi de propósito. Foi porque eu andava agitada demais e não conseguia parar na cadeira: então condensava as idéias pra ficar pronto o mais rápido possível.
Com o antigo "Afeto", atual "Um caderno...", tentei fazer uma narrativa mais tradicional, lenta, descritiva. Porque queria fazer um romance com cara de romance - e não um jato adolescente (o que o "Calcinha" não era propriamente, mas poderia parecer, julgamento que eu temia).
E quando ficou pronto... a editora não quis.
- - -
Porque a Cia. das Letras é bastante erudita em seus clássicos, e dos autores jovens espera "juventude"?
Mistério...
- Retomar o título na gaveta desde 1997, "O materialismo dialético das lésbicas"
- Escrever como peça de teatro (porque é mais rápido e ando sem tempo; porque sinto falta do teatro - humana e politicamente)
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Ou talvez eu não escreva como teatro. Posso continuar em capítulos ríspidos a partir do conto que fiz para o Rosel, "Lésbicas falando de suas mães". Sendo ríspido, é mais rápido.
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Detalhe curioso: "Calcinha no varal" foi escrito com menos horas-cadeira que horas-angústia ou horas-pensamento. Seis anos de angústia e três meses no computador. Para publicar, foi surpreendemente fácil. Simplesmente aceitaram.
Muita gente, até hoje, acha o texto fácil e engraçado, elogiam a agilidade narrativa.
Mas isso não foi de propósito. Foi porque eu andava agitada demais e não conseguia parar na cadeira: então condensava as idéias pra ficar pronto o mais rápido possível.
Com o antigo "Afeto", atual "Um caderno...", tentei fazer uma narrativa mais tradicional, lenta, descritiva. Porque queria fazer um romance com cara de romance - e não um jato adolescente (o que o "Calcinha" não era propriamente, mas poderia parecer, julgamento que eu temia).
E quando ficou pronto... a editora não quis.
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Porque a Cia. das Letras é bastante erudita em seus clássicos, e dos autores jovens espera "juventude"?
Mistério...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Preguiça
Hoje devia escrever mais um pedaço do livro novo, mas estou cansada e com preguiça. De todo modo, decidi como apresentar a protagonista. Estou remoendo isso há dias... e ter a idéia vale mais que horas inúteis na frente do papel, sem saber o que fazer.
A narradora quase não nota Rafaela nas primeiras aulas - mal saída da adolescência, camiseta larga, escura e descorada, jeans sujos, dreadlocks - sentada no fundo, olhar desconfiado de tudo.
Depois de algumas aulas, a garota aparece de camiseta justa e colorida, cabelo arrumado, brilho nos lábios. Senta na frente e assiste a aula com atenção dedicada.
Mais que dedicada... encantada.
A narradora (Fernanda?) percebe.
Quem nunca se apaixonou pelo/a professor/a?
A narradora quase não nota Rafaela nas primeiras aulas - mal saída da adolescência, camiseta larga, escura e descorada, jeans sujos, dreadlocks - sentada no fundo, olhar desconfiado de tudo.
Depois de algumas aulas, a garota aparece de camiseta justa e colorida, cabelo arrumado, brilho nos lábios. Senta na frente e assiste a aula com atenção dedicada.
Mais que dedicada... encantada.
A narradora (Fernanda?) percebe.
Quem nunca se apaixonou pelo/a professor/a?
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Limas da Pérsia, 4
Mudei o tom do início. Escrever sem ironia é muito cansativo.
- - -
"Eu não tinha trinta anos. Não sabia mais sobre a vida que a faculdade, muito sexo e o desprezo à pobreza me houvessem ensinado. Mas estava velha o suficiente para admirar o impulso juvenil, quando o encontrava.
Tinha sido contratada pela prefeitura de Osasco para uma oficina literária. Comecei com dedicação sincera: depois do divórcio estava surpreendentemente bem arranjada. Apartamento bacana em meu nome, dinheiro no banco para anos sem preocupação. Trabalhar aos domingos não seria grave se tinha a semana agradavelmente vazia. Podia colaborar com a simpática idéia de oferecer atividades culturais à comunidade nas escolas públicas.
Emprestei um carro simplesinho de uma amiga e preparei o material com capricho, entusiasmada em retomar o convívio com minha pobre gente. As paredes vazias, as cadeiras de plástico cinza, o desleixo burocrático do prédio não me assustaram. Eu conhecia aquilo: não deixaria a memória me atrapalhar. A zeladora gorda me ofereceu um café doce e sugeriu que eu trouxesse meu papel higiênico de casa. Achei carinhoso da parte dela."
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"Eu não tinha trinta anos. Não sabia mais sobre a vida que a faculdade, muito sexo e o desprezo à pobreza me houvessem ensinado. Mas estava velha o suficiente para admirar o impulso juvenil, quando o encontrava.
Tinha sido contratada pela prefeitura de Osasco para uma oficina literária. Comecei com dedicação sincera: depois do divórcio estava surpreendentemente bem arranjada. Apartamento bacana em meu nome, dinheiro no banco para anos sem preocupação. Trabalhar aos domingos não seria grave se tinha a semana agradavelmente vazia. Podia colaborar com a simpática idéia de oferecer atividades culturais à comunidade nas escolas públicas.
Emprestei um carro simplesinho de uma amiga e preparei o material com capricho, entusiasmada em retomar o convívio com minha pobre gente. As paredes vazias, as cadeiras de plástico cinza, o desleixo burocrático do prédio não me assustaram. Eu conhecia aquilo: não deixaria a memória me atrapalhar. A zeladora gorda me ofereceu um café doce e sugeriu que eu trouxesse meu papel higiênico de casa. Achei carinhoso da parte dela."
sábado, 19 de setembro de 2009
O cortiço
Talvez Aluízio Azevedo ande meio desconsiderado. O Hélio Guimarães, no curso sobre Machado, comentou que O cortiço causou muito mais impacto entre os críticos da época que Memórias póstumas, lançados no mesmo ano.
Naturalmente não há comparação entre os dois estilos. Mas gosto muito do Cortiço.
E que final.
- - -
"A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito.
Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
FIM"
Naturalmente não há comparação entre os dois estilos. Mas gosto muito do Cortiço.
E que final.
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"A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito.
Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
FIM"
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O que é a literatura?
Sexta-feira, estou cansada. Um trecho de O que é a literatura?, de Jean-Paul Sartre:
- - -
"O século XVIII representa a grande chance, única na história, e o paraíso logo perdido dos escritores franceses. A condição social destes não mudou: originários, com poucas exceções, da classe burguesa, mudam de classe pelos favores dos poderosos. O círculo de seus leitores reais se ampliou sensivelmente, já que a burguesia se pôs a ler, mas as classes "inferiores" continuam a ignorá-los, e se os escritores falam delas com mais frequência do que La Bruyère ou Fénelon, nunca se dirigem a elas, nem mesmo em pensamento."
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"O século XVIII representa a grande chance, única na história, e o paraíso logo perdido dos escritores franceses. A condição social destes não mudou: originários, com poucas exceções, da classe burguesa, mudam de classe pelos favores dos poderosos. O círculo de seus leitores reais se ampliou sensivelmente, já que a burguesia se pôs a ler, mas as classes "inferiores" continuam a ignorá-los, e se os escritores falam delas com mais frequência do que La Bruyère ou Fénelon, nunca se dirigem a elas, nem mesmo em pensamento."
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Os postes de Curitiba
Não me conformo com a substituição dos postes no centro de Curitiba. Ficou até difícil encontrar, na internet, fotos dos antigos com bolas de acrílico. Bonitos exatamente não eram, mas eu gostava do modernismo desajeitado. Trocá-lo por um simulacro de século XIX... cafonice institucionalizada. A cidade acreditando demais em seu primeiromundismo fantasioso.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce
Procurei algum trecho de Je tu il elle no YouTube, mas não encontrei.
Desconfio que Chantal Akerman, assim como Almodovar, ficou bem-comportada depois dos filmes da juventude.
Segue um resumo razoável que encontrei, no site Jonathan Rosenbaum.com.
"Chantal Akerman directed and plays the lead in this early (1974) black-and-white feature that charts three successive stages of its heroine’s love life. In the first part she lives like a hermit, eating only sugar, compulsively rearranging the furniture in her one-room flat, and apparently writing and rewriting a love letter; in part two she hitches a ride with a truck driver and eventually gives him a hand job; in part three she arrives at the home of her female lover, and they proceed to make frantic love. This is every bit as obsessive and as eerie as Akerman’s later Jeanne Dielman and Toute une nuit, though not as striking on a visual level; as in all her best work, however, the minimalist structure is both potent and haunting." (JR)
Jeanne Dielman está completo no YouTube.
Vale a pena assistir ao menos um trecho.
Desconfio que Chantal Akerman, assim como Almodovar, ficou bem-comportada depois dos filmes da juventude.
Segue um resumo razoável que encontrei, no site Jonathan Rosenbaum.com.
"Chantal Akerman directed and plays the lead in this early (1974) black-and-white feature that charts three successive stages of its heroine’s love life. In the first part she lives like a hermit, eating only sugar, compulsively rearranging the furniture in her one-room flat, and apparently writing and rewriting a love letter; in part two she hitches a ride with a truck driver and eventually gives him a hand job; in part three she arrives at the home of her female lover, and they proceed to make frantic love. This is every bit as obsessive and as eerie as Akerman’s later Jeanne Dielman and Toute une nuit, though not as striking on a visual level; as in all her best work, however, the minimalist structure is both potent and haunting." (JR)
Jeanne Dielman está completo no YouTube.
Vale a pena assistir ao menos um trecho.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Limas da Pérsia, 3
"Eu não queria desiludir essa pobre gente. Evitava sequer chamá-los de essa pobre gente, mas não podia negar às palavras seu sentido literal. Havia crescido perto demais desse buraco; sabia quanto esforço racional, emocional e corporal era necessário para o peixe pequeno escapar do sorvedouro. Nos momentos frágeis me parecia tênue a diferença entre a pobre gente e o povo miserável. Colecionava apenas o vocabulário: população de baixa renda, classes C e D, excluídos. Pobre de marré, pobre mas limpinho, pobre de doer. Plebe ignara. Massa sebenta."
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Limas da Pérsia, 2
Estes foram os últimos parágrafos que consegui escrever, na semana passada. Desde então carrego a sensação de que estão essencialmente errados.
- - -
"As salas amplas, construídas com evidente desleixo burocrático. As funcionárias, gordas e cansadas, tomando o café doce da garrafa térmica e reclamando preguiçosamente porque precisavam trazer seu papel higiênico de casa. Sentada diante de meus trinta alunos, duas vezes por semana, eu tentava demostrar entusiasmo pela literatura e sua importância em nossas vidas.
Homens e mulheres de origens e idades variadas. Eu não queria julgá-los, mas não conseguia evitar que meu olhar os classificasse em dois grandes grupos: os jovens de esperanças ilusórias, e os adultos envelhecidos tentando recuperá-las. Todos sonhando envergonhados, esperando da arte alguma verdade comovente, a revelação do sentido que não enxergavam, em cuja existência desejavam tanto acreditar."
- - -
O narrador deveria apresentar as idéias - aparentemente elitistas e arrogantes - com sofrimento compartilhado. Apenas um grau maior de compreensão, mas não o suficiente para escapar da miséria. Como o ciclope do filme Krull, que pode ver o futuro, o que só lhe serviu pra saber o dia da própria morte.
Talvez a solução seja quebrar o tom no parágrafo seguinte; o narrador reconhecendo sua própria fraqueza.
- - -
"As salas amplas, construídas com evidente desleixo burocrático. As funcionárias, gordas e cansadas, tomando o café doce da garrafa térmica e reclamando preguiçosamente porque precisavam trazer seu papel higiênico de casa. Sentada diante de meus trinta alunos, duas vezes por semana, eu tentava demostrar entusiasmo pela literatura e sua importância em nossas vidas.
Homens e mulheres de origens e idades variadas. Eu não queria julgá-los, mas não conseguia evitar que meu olhar os classificasse em dois grandes grupos: os jovens de esperanças ilusórias, e os adultos envelhecidos tentando recuperá-las. Todos sonhando envergonhados, esperando da arte alguma verdade comovente, a revelação do sentido que não enxergavam, em cuja existência desejavam tanto acreditar."
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O narrador deveria apresentar as idéias - aparentemente elitistas e arrogantes - com sofrimento compartilhado. Apenas um grau maior de compreensão, mas não o suficiente para escapar da miséria. Como o ciclope do filme Krull, que pode ver o futuro, o que só lhe serviu pra saber o dia da própria morte.
Talvez a solução seja quebrar o tom no parágrafo seguinte; o narrador reconhecendo sua própria fraqueza.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Chantal Akerman
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Idéia vagamente articulada
Um pensamento sobre livros: existem narradores fáceis e difíceis, e isso não está diretamente vinculado à qualidade.
Graciliano Ramos é assustadoramente bom. Num sentido literal: você precisa de energia para ler. Mesmo querendo, mesmo gostando, a leitura é tensa. (penso especialmente em Angústia, Memórias do cárcere)
Peter Handke é difícil mas não me assusta. Entendo suas angústias de maneira próxima e familiar; sua sintaxe complicada me encanta.
Outros narradores são simplesmente fáceis, simpáticos. Orgulho e preconceito, de Jane Austen. Todo o Machado (fácil de ler; não necessariamente de interpretar).
- - -
Muitas vezes, quando começo a escrever, sinto um impulso de Graciliano. Mas não quero criar medo aos meus livros.
Então abaixo o tom, buscando por tentativa e erro uma facilidade sem idiotice.
Graciliano Ramos é assustadoramente bom. Num sentido literal: você precisa de energia para ler. Mesmo querendo, mesmo gostando, a leitura é tensa. (penso especialmente em Angústia, Memórias do cárcere)
Peter Handke é difícil mas não me assusta. Entendo suas angústias de maneira próxima e familiar; sua sintaxe complicada me encanta.
Outros narradores são simplesmente fáceis, simpáticos. Orgulho e preconceito, de Jane Austen. Todo o Machado (fácil de ler; não necessariamente de interpretar).
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Muitas vezes, quando começo a escrever, sinto um impulso de Graciliano. Mas não quero criar medo aos meus livros.
Então abaixo o tom, buscando por tentativa e erro uma facilidade sem idiotice.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Poema
O algodão nunca acaba.
Mas acabou e destruí um OB pra limpar o esmalte de três semanas nas unhas do pé.
Mas acabou e destruí um OB pra limpar o esmalte de três semanas nas unhas do pé.
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