sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Idéia vagamente articulada

Um pensamento sobre livros: existem narradores fáceis e difíceis, e isso não está diretamente vinculado à qualidade.

Graciliano Ramos é assustadoramente bom. Num sentido literal: você precisa de energia para ler. Mesmo querendo, mesmo gostando, a leitura é tensa. (penso especialmente em Angústia, Memórias do cárcere)

Peter Handke é difícil mas não me assusta. Entendo suas angústias de maneira próxima e familiar; sua sintaxe complicada me encanta.

Outros narradores são simplesmente fáceis, simpáticos. Orgulho e preconceito, de Jane Austen. Todo o Machado (fácil de ler; não necessariamente de interpretar).

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Muitas vezes, quando começo a escrever, sinto um impulso de Graciliano. Mas não quero criar medo aos meus livros.

Então abaixo o tom, buscando por tentativa e erro uma facilidade sem idiotice.

5 comentários:

Anônimo disse...

Interessante.

.mari. disse...

Acho estranho como essas'facilidades' ou 'dificuldades' que encontramos em alguns livros podem tanto nos estimular quanto desanimar da leitura.

Para mim tanto Graciliano quando Machado sao verdadeiros deleites de narraçao.

Já Jane Austen em inglês, por exemplo, é simplesmente maravilhoso, mas algumas palavras mais 'arcaicas' dao uma canseirinha ao longo da história...

sabina disse...

estou lendo jane austen numa edição argentina, de capa colorida, com detalhes dourados.

é o livro mais brega que já vi!

Paulodaluzmoreira disse...

Qual Jane Austen vc está lendo?

sabina disse...

"orgullo y prejuicio". a capa é brega, não o livro.