segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Depositários de tolerância

Então esse livro tem um problema. Eu o chamei "O afeto" porque afeto é tudo o que não funciona ali, nenhuma relação se cumpre totalmente. Desde o início pensei que a narradora, depois de adulta, devia estar em alguma posição estável (um bom trabalho, mais dinheiro do que teve na infância) para criar melancolia. Seus sentimentos ficaram no passado. Ela sobrevive, segue sua vida, mas as origens ficam para trás e a única coisa que ela consegue é dinheiro.

Porque dinheiro e propriedades, em teoria, respondem a uma lógica concreta. É possível planejar, somar e acumular. Uma inteligência lógica consegue compreender e realizar isso, mas a mesma inteligência não funciona quando aplicada aos afetos.

Está sendo difícil terminar o livro, porque isso não pode ser dito. Pensei que era compreensível por sugestão, mas algumas pessoas não entenderam. Agora tento deixar mais claro, mas não sei exatamente o limite.

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Porque transformar o monólogo final numa enumeração monetária diminui a personagem. Desmente o que houve antes. Ao mesmo tempo eu não queria colocar uma declaração de amor ao marido porque não me convencia: ela tem um caso, se arrepende, então lembra que ama o marido? Simples demais.

Voltam as histórias dos cachorros. Os cachorros podem receber afeto sem moralidade. São depositários de tolerância miraculosa aos problemas humanos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Aflitos e desprotegidos

Opinião da veterinária no site "Cachorro perdido":

"Os cães são animais gregários. Ou seja, vivem em grupos. Quando fogem de casa, sentem-se desamparados, aflitos e desprotegidos. Assim como crianças pequenas, precisam de outra pessoa para lhes dar comida e abrigo, portanto, não vivem sem a presença humana.

(...)

Somos responsáveis pelo bem estar e sobrevivência dos nossos cachorros. Quando um cão foge de casa, 90% das vezes é culpa do dono. Um quintal bem fechado, um portão com tranca, fazem parte do que chamamos de posse responsável. Cães machos tendem a fugir para marcar território, então eu recomendo castrá-los com cerca de 10 meses de idade para inibir esse comportamento."

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Isso é muito estranho para mim. Que culpa é essa? Culpa de ter largado um cachorro na cidade, contribuindo para a infestação urbana? Ou culpa por fazer um animalzinho inocente sofrer?

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Cachorros não são crianças. Quando os veterinários recomendam a castração dos animais, é uma política de saúde pública. O objetivo não é proteger seres inocentes que ficarão desamparados sem nossa ajuda.

Empréstimo de sentimentos tão esquisito quanto o inverso: não castrar por pena de privar o animal dos prazeres da reprodução.

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De tudo isso, só concluo uma coisa: São Paulo é muito grande. Perder um cachorro em SP não é o mesmo que perdê-lo na cidade em que nasci, trinta anos atrás.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eduardinho Valente

No última revisão do livro, coloquei este parágrafo:

"Alguns anos mais tarde, quando estava no cursinho, comecei a andar com uns garotos de esquerda. Confessávamos nossas culpas burguesas enquando bebíamos cerveja e discutíamos as injustiças históricas do país. Todos orgulhosos de nossa consciência política, devoção absolutamente sincera."

A idéia estava clara, em teoria, mas havia um cliché nesses jovens militantes de boteco. Também um anacronismo: eu não bebia cerveja aos dezesseis anos. A personagem do livro menos ainda, pois ela aglutina o lado certinho da minha infância.

Resolvi dar mais detalhes, e mudar o sentido da cena:

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"Aos dezesseis anos, quando estava no cursinho, conheci Eduardinho Valente, amigo de uma amiga. Era filho de Eduardo Valente, deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores; sua mãe também era vereadora. Foram as primeiras pessoas filiadas a um partido que conheci. Uma esquerda organizada e diferente do humanismo vago dos meus pais. Num domingo ele nos convidou para ouvir música em sua casa, ficamos na sala seis ou sete amigos do cursinho enquanto seus pais discutiam um assunto na copa, tomando café. Parecia um trabalho, um encontro que haveria na próxima semana, mas em meio à conversa apareciam comentários irônicos e interrupções súbitas; falavam alto, eu ouvia o nome de figuras públicas, algumas frases se interrompiam com olhares. Balançavam o rosto, gesticulavam, repetiam muito as expressões: "não é desse jeito", "assim não pode ser". Depois desse dia passei a ter vergonha de nossas conversas na lanchonete do cursinho, quando almoçávamos em turma esperando a aula da tarde, bebendo refrigerante e rindo depois de terminar os sanduíches. Às vezes discutíamos as injustiças sociais do país, a corrupção e o absurdo da última eleição presidencial, e ríamos e repetíamos frases ouvidas na TV. Só Eduardinho Valente ficava quieto. Parei de falar nessas ocasiões, com medo de dizer algo errado na frente dele."

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Der Bücherwurm

Mais uma imagem do livro de Roger Chartier.

"O rato de biblioteca", de Carl Spitzweg.

A expressão original, me parece, seria o "verme" ou a "minhoca". Notem que ele tem livros entre as pernas, debaixo do braço e na mão direita, enquanto lê com a mão esquerda.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Iniciada em Troyes

Ainda o livro de Roger Chartier. Li hoje o capítulo "leitura: entre o excesso e a falta". Interessante como ele inverte o cliché atual de que "as pessoas não lêem" e "precisamos de mais leitores".

Sim, naturalmente, precisamos de mais "leitura". Dito de maneira geral e abstrata, fica difícil perceber que a palavra se aplica a coisas alheias à literatura.

O livro de Chartier não é abstrato. Conta situações históricas, e se refere às diferentes atitudes da aristocracia em relação à Bibliotheque Bleue.

Antes de transcrever o que ele diz, segue uma explicação extraída do blog Ars Litteraria.

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"As primeiras edições dos contos de Perrault foram feitas avulso no Tipógrafo do Rei, no jornal de época Mercure Galant, etc.; a colectânea, com todos os contos já incluídos, Histoires ou Contes du Temps Passé, já foi editada pelo Tipógrafo Claude Barbin e por algumas edições de literatura de cordel, a chamada “Bibliothèque Bleue” ou “Littérature de Colportage”. Os livros da chamada “Bibliothèque Bleue” eram de pequeno formato, muito baratos e distribuídos por retroseiros e apregoadores em toda a França que, de porta em porta, tanto vendiam laços e alfinetes como livros. A sua cientela de aldeia eram os camponeses, os comerciantes e a burguesia de província. Estes eram produzidos em papel azul que servia habitualmente para embrulhar pães de açúcar e eram ilustrados com gravuras antigas sobre madeira. A “Bibliothèque Bleue de Troyes”, iniciada em Troyes, em 1602, pelo tipógrafo Jacques Oudot, a mais conhecida e representativa da cultura popular da época, tinha no seu corpus obras de carácter didáctico, como almanaques, guias de medicina e de agricultura , manuais de boa conduta, mas também livros de piedade e de divertimento, como canções, romances de cavalaria, romances sentimentais e recolhas de contos."

sábado, 20 de setembro de 2008

Loirinha

Ainda estou procurando a Calu. Seguindo os conselhos da mulher mal-humorada, hoje levo cartazes às lojas de ração da Vila Beatriz e Cerro Corá. Também vou à Cobasi comprar uma placa de identificação para o Joaquim, meu outro cachorro, para evitar um segundo desastre.

Compro duas plaquinhas de uma vez. Preciso de uma reserva caso ele arranque a primeira.

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Também sigo o conselho do meu irmão mais novo, que disse:
- Quando a gente perde um cachorro, o segredo é procurar outro parecido e dar o mesmo nome.

Talvez seja doentio, mas para mim faz sentido.

Encotrei na internet um site com cachorrinhos para doação. Lá vi a foto da Loirinha, que parece uma irmã mais nova da Calu. Escrevi para a mulher, e me candidatei à adoção.

Ainda tenho esperanças de encontrar a Calu. Nesse caso, fico feliz com os três cachorros. Em caso negativo, ficaremos nós, eu, Joaquim e Lorinha, esperando que Calu esteja numa casa confortável na zona oeste de SP, com uma alma caridosa que a tenha recolhido com amor.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pessoas que adoram gatos

Hoje levei uma bronca da gerente da imobiliária ao lado da minha casa. Descobri que ela tem um abrigo que recolhe animais abandonados e a procurei perguntando se por acaso ela teria visto a Calu. Ou, em caso negativo, se teria outra cachorrinha para doação.

A mulher disse brava que não me daria outra cachorra. Que eu devia procurar a minha, que deve estar sofrendo por minha culpa. Por que ela não tinha uma placa de identificação na coleira?

- Eu coloquei, mas ela arrancou.
- Por que você não espalhou cartazes no bairro?
- Eu espalhei, mas ninguém ligou.
- Pois leve os cartazes aos bairros vizinhos. Ela deve estar perdida na casa de alguém que a recolheu. Ela sente a falta do dono.

A mulher me indicou uma outra, que administra um site sobre animais perdidos. Esta outra também me maltratou. Por que ela não tinha uma placa na coleira? Que espécie de irresponsável eu sou?

Alguns anos atrás aconteceu o mesmo com uma moça a quem perguntei sobre um cachorrinho doente que encontrei.

Pessoas dedicam suas vidas aos animais abandonados, com uma energia que praticamente exclui os seres humanos. Nós somos culpados e cruéis por não os tratarmos bem. Por não impedirmos que fujam. Por não mantermos todos eles junto a nós, agarrados, para que nada errado lhes aconteça.

Tentei encontrar um poema da Patricia Highsmith que li há alguns anos. "Fique longe das pessoas que adoram gatos... pessoas que adoram gatos são obsessivas a um nível maligno."

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Parece que ela adorava gatos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Heures de loisirs

Mais uma imagem de leitura do livro de Roger Chartier:


"Heures de loisirs", Georges Croegaert, início do séc. XIX.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Alma minha gentil

É muito difícil não passar vergonha na "antologia pessoal" do Estadão no domingo. As perguntas são horríveis: qual sua cena inesquecível da literatura? que livro muito bom é injustiçado pela crítica?

Boris Schnaiderman consegue ser verdadeiro.

Agora descubro que é possível ler de uma maneira gratuita e agradável. Finalmente o jornal desistiu de bloquear o conteúdo. O texto disponível on-line era um sinal de elegância do Estado alguns anos atrás, em comparação com a Folha. Voltaram à razão.

Lindo design, com animação de página sendo virada.

http://digital.estadao.com.br/

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ainda sobre Alcione

Reli algumas vezes esse trecho por causa dos comentários. A cada vez me parecia pior. Fiquei com dó do escritor, que talvez seja terrivelmente injustiçado por uma seleção mal feita.

De todo modo fiquei pensando: Ralph "dedilha acordes que parecem aleatórios" até que "todas as suas histórias se encontram". Por algum motivo, provavelmente porque estou diante de um teclado, achei que Ralph estava escrevendo. Escrevendo histórias sobre as tais emoções confusas.

Só depois pensei que ele poderia tocar piano. Provavelmente está, já que "acordes" é uma metáfora distante para escrita.

A história não melhora assim. O caso apenas demonstra como minha obsessão por vírgulas pode distrair do sentido real das frases.

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Saudades de Alcione, a marrom.

"Meu vício é você, meu cigarro é você.
Eu te bebo, eu te fumo...

Fui rolando na vida e esbarrei em você."

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Criando emoções confusas

Hoje no Estado saiu uma entrevista com Alcione Araújo sobre seu novo romance. Não o conheço nem tenho opinião sobre o que escreve. De todo modo, o trecho apresentado na matéria me fez pensar.

Esses "trechos" são parte do jornalismo moderno, Folha de SP anos 90. Em vez de citar frases dentro da matéria e obrigar o leitor a ler, cria-se um quadro destacado com a pequena transcrição. A que serve exatamente isso, para ajudar o leitor ou o livro? Quase nunca gosto desses trechos, então para mim os livros são prejudicados.

Entendo que é a seleção de um jornalista e às vezes penso que o livro pode ser bom, mas este escolheu uma passagem ruim. Por outro lado, em teoria, um livro bom é assim inclusive nos detalhes, e nesse caso poderia ser avaliado por um trecho aleatório.

Se não gosto de quase nada, é porque não gosto de nada mesmo ou a teoria dos detalhes está errada?

Ah... arrogância, não vou dizer minha opinião. De qualquer forma literatura é sempre uma pirâmide, as coisas boas precisam dessa larga base de porcarias.

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Voltando então ao Alcione Araújo. Este é o trecho que saiu no jornal:

"Depois da terceira ou quarta dose, Ralph põe o copo à direita do teclado e, meio ausente, dedilha acordes que parecem aleatórios, até que, atraído, se senta. Parece que, sentado ali, todas as suas histórias se encontram e, sem ganhar nitidez, vagam misturadas, criando emoções confusas que buscam formas para se expressar."

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Não vou comentar sobre as emoções confusas que buscam formas... silêncio sobre isso. Quanto ao personagem chamado "Ralph", espero que algum contexto justifique esse horror.

O que me parece realmente importante são as vírgulas. Para que tantas?

A primeira frase não poderia ser simplesmente assim: "Depois da terceira ou quarta dose, Ralph põe o copo à direita do teclado e dedilha meio ausente acordes que parecem aleatórios até que, atraído, se senta."

Três vírgulas a menos e um ritmo mais virtuoso.

A segunda frase: "Sentado ali parece que todas as suas histórias se encontram sem ganhar nitidez. Vagam misturadas, criando emoções confusas que buscam formas para se expressar."

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Ando invocada com a questão do ritmo. Perdi a paciência para escrita a marteladas. As pessoas precisar de mais fôlego.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pedrinhas

Minha cachorrinha sumiu. Ela buscava pedrinhas e sempre trazia de volta.

O vizinho acha que um moleque a levou. Snif.

sábado, 6 de setembro de 2008

Blocos de plástico

Depois do sofrimento da mãe, espero que as cenas seguintes ganhem sentido porque não acontece nada: justamente pela ausência, o vazio.

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"A lembrança de Juliana me voltava de vez em quando, descendo o elevador no prédio de Paula, no fim da tarde. Eu atravessa o jardim em direção à nossa portaria e pensava em bater à sua porta. Mas sua presença agora estava indissoluvelmente ligada à imagem de minha mãe chorando e por isso, acredito, nunca voltei a procurá-la. Subia direto pelas escadas com medo de encontrá-la por acaso. Tinha saudades de tomar lanche em sua casa. A cozinha de seu apartamento, as mãos de sua mãe cortando o pão ao meio e passando margarina, tudo se trasformou numa memória distante e inalcansável de carinho.


Não me lembro exatamente, mas acho que sim. Foi nesse período que Diego começou a montar carrinhos de Hering Rasti. Sentava no chão ao pé do sofá, ficava horas separando peças, ordenando cores, encaixando, desmontando e reencaixando blocos de plástico. Eu entrava na sala e encontrava a mãe diante da televisão, Diego no chão, os dois em silêncio.

Parada entre a mesa e o sofá, em pé olhando pra eles, eu percebia como terrível novidade a distância física entre nós: a distância física que realmente existia. Os poucos metros que nos separavam pareciam finalmente metros reais, visíveis, como se o espaço fosse maciço e eu pudesse senti-lo com os olhos."

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Resistir à asfixia

Ontem terminei a revisão do "Afeto". Vou passar a limpo e está pronto, espero. Quero enviar a alguns amigos para colher opiniões, se alguém se interessar - um interesse sincero em ler e comentar - posso enviar uma cópia pelo correio.

No fim das contas não existe nenhuma "maldade" na narradora, como tentei construir. Me parece tudo muito triste, é estranho dizer isso de uma coisa que eu mesma escrevi, mas foi o que senti. Terminando de ler só pensei: por que escrevi uma coisa tão triste?

Segue o trecho de um capítulo novo, que não estava nas versões anteriores. Talvez seja o climax da história.

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"Abri a porta e Juliana ficou no corredor. Andei rápido até a sala. Minha mãe estava no sofá com o cabelo molhado, enrolada numa toalha quase solta, chorando convulsivamente, deixando à vista um seio nu. Um seio pequeno e murcho.

O rosto vermelho e inchado, todo molhado de lágrimas, testa enrugada, lábio vincado contra o queixo. Arfava como se estivesse afogando, não um gemido fino mas um choro grosso de ar tentando resistir à asfixia, à asma, ao estrangulamento. Seus pés nus estavam roxos pelo frio, a pele azulada na curva dos ossos. Não me olhava, não olhava parte alguma. Apenas tentava se cobrir com a toalha, agarrando os dedos no tecido com a mão crispada, comprimindo os braços contra o peito."

terça-feira, 2 de setembro de 2008

La Nouvelle Heloise

"Voltaire recusa a dependência do vínculo de clientela com relação a patronos privados, particulares, aristocráticos, mas não o faz absolutamente em nome da defesa do direito de autor; o faz, de um lado, apoiado na segurança que lhe proporciona sua fortuna e, de outro, alegando que, para aqueles que não são ricos e que não querem a humilhação das dependências particulares, o sistema do mecenato do Estado, tal como Luís XIV o havia construído, continuaria sendo o recurso legítimo.

Com autores como Rousseau, uma nova aspiração se coloca, a de tentar viver de sua própria pena. Assim, Jean-Jacques vende, várias vezes, La Nouvelle Heloise, uma vez sob pretexto de que se tratava de uma adaptação para a censura francesa, uma outra porque lhe adicionou um prefácio... Para ele, era a única maneira de poder rentabilizar um pouco a escrita."

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"A aventura do livro", Roger Chartier. Editora Unesp, Imprensa Oficial, p. 65.



"Portrait dans un bureau (New Orleans)", 1873, Edgar Degas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Le lecteur, le soir

Há dois anos comprei um livro de entrevistas com Roger Chartier, na feira de livros da USP. O título ruim me assustou um pouco: "A aventura do livro, do leitor ao navegador" - não tenho paciência para essa conversa de mundo digital. Mas era um desconto de 50% e uma professora havia me falado desse autor, um dos primeiros pesquisadores de história da leitura.

Deixei o livro na estante por um bom tempo, mas agora comecei a ler e estou encantada com as ilustrações. A impressão é linda e a cada página há um quadro antigo, uma seleção de várias cenas de leitura com padres, comerciantes, jovens devotos, moças solteiras.

Talvez amanhã eu coloque um trecho do livro neste blog.

Segue uma imagem: "Le lecteur de bréviaire, le soir". Carl Spitzweg, cerca de 1845.