Na verdade minha avó não se importava muito se eu voltava pra casa pra almoçar ou não. Ela mesma comia o que queria na hora que queria, nunca tinha almoço, a geladeira era cheia de tigelinhas de legumes e coisas naturebas e era isso que tinha. Então na verdade eu podia fumar no cemitério com a Janaína e os cabeludos do fundão, mas eu não estava certa se era realmente uma boa ideia. Mas todos os meus não-sei vou-pensar foram inúteis e no fim pra encerrar aquela cena toda eu fui.
O louco é que o cara nem estava a fim de mim, quer dizer, cheguei preparada pra um chega pra lá caso o cara fosse muito grudento, mas ele tava na dele, falando do Metallica, e certamente eu estava em quarto lugar de importância ali, depois do Master of Puppets, dos amigos e do baseado. Janaína é que tava babando por um deles, um magro de cabelo liso abaixo do ombro, praticamente um Jesus Cristo, e ela se ria toda e os caras meio que não ligavam grande coisa.
O hamburguer do Fyssura foi o momento alto do dia, gordura de chapa e excelente maionese. Depois mais duas aulas de reforço de química orgânica e voltei pra Granja.
E agora Janaína era minha melhor amiga. Tipo ela mesma chegou a essa conclusão e passou a agir como tal. No dia seguinte segurava meu braço empolgadíssima com um lugar incrível na Cardeal Arcoverde que ela iria me levar no sábado, tipo a melhor banda cover do U2, ela e as amigas conheciam o cara da bilheteria, chegando antes das oito não precisava pagar entrada."
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