sábado, 18 de junho de 2011
Francis Bacon: vida de artista
Financiamento. O pinto Francis Bacon (1909-1992) poderia ter sido diretor de cinema. O russo Eisenstein era referência. O desejo foi tolhido pelo modo de financiamento da criação cinematográfica. Desperdiçaria muita energia para levantar as condições materiais exigidas. Ao final da vida, comenta: "Já é preciso lutar tanto com o que se quer fazer, então buscar dinheiro, batalhar por ele..." - deixa a frase em suspenso. Na Irlanda, nada obrigava o pai a ajudar os filhos financeiramente. Jovem, Bacon viaja a Londres, a Berlim e de volta a Londres. Aceita diferentes bicos. Foi decorardor. Detesta a pintura que tende à decoração. "Quando se é jovem, tenho a impressão de que sempre se podem encontrar pessoas que se interessam por você e pelo que faz." Nos anos 1920, Bacon conhece um senhor que mora em Chelsea com a mulher e dois filhos. Um dia, ele procura o pintor. Interessa-se por sua pintura. A partir daquela data e por quinze anos, o senhor o ajuda financeiramente, sem nunca falhar. Tem confiança no artista, acompanha seu desenvolvimento. Jamais intervém. Ele é quem doa o tríptico da Crucificação (c. 1944) para a Tate Gallery. O museu londrino o recusa. Tem de insistir para que seja a primeira peça de Bacon a ser aceita. Marchands não sustentam o pintor no início da carreira.
(...)
Fonte. Entre outubro de 1991 e abril de 1992, Francis Bacon concede entrevistas a Michel Archimbaud (Gallimard, 1996). O artista morre logo depois, no dia 28 de abril.
(Silviano Santiago, OESP, 11 jun. 2011)
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Um comentário:
O mar pelo jeito nunca esteve para peixe!
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