segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Poema

Poderia emagrecer, apenas para
parecer menor; ou me mudar para onde,
comparando, desapareça.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Telenovela "O grito" (1975) - Cenas finais

O início é lento, mas vale a pena assistir até o grito final.

O vídeo tem acesso limitado no You Tube: ou seja, só pode ser visualizado a partir deste link. Fiz assim para não ofender demais os direitos autorais envolvidos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Talvez a coragem

Os parágrafos abaixo continuam daqui:

- - -

"Pensei que conseguiria me organizar em dois ou três anos. Formada, arranjaria um emprego melhor e poderia assumir o aluguel sozinha. Mas o tempo passou e descobri que uma escola infantil em tempo integral custava mais que a faculdade. O salário de uma babá era mais alto que a escola, a equação não fechava. Quando Olívia tinha quatro anos, tentei trazê-la para casa, esperando que talvez a coragem superasse a matemática. Arranjei um esquema coletivo: Frederico cuidava dela de manhã, às teças e quintas, a babá nos outros dias, o ônibus da escola a pegava em casa, à tarde eu ia buscá-la. Mas o sistema furava muito. A babá se atrasava, Frederico desmarcava em cima da hora, eu corria desesperada pra preencher os buracos. Olívia ficava doente, chorava, eu já não sabia se fazia bem ou mal a ela.

Um dia a pobrezinha se machucou, tropeçou no pátio da escola e ralou a mão toda. A diretora ligou pedindo pra eu chegar mais cedo. Encontrei-a quieta, com a mão enfaixada. Não queria sair da escola nem me abraçar. Em casa, não aceitou colo nem beijo. Quando tentei tirar o curativo pra ela tomar banho, puxou a mão. Gritava: "Não! Não!". Eu disse baixinho:

- Olívia, deixa a mamãe cuidar do seu dodói.
- Não! - ela repetiu - Você não é minha mãe. Minha mãe é minha vó!"

- - -

(continua aqui)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A vida antes de Hans Donner

O site Memória Globo explica a origem de nossa cafonice digital. Culpa da Áustria? Culpa de David Drew Zingg?

"Hans Jürgen Donner nasceu em 31 de julho de 1948, em Wuppertal-Elberfeld, na Alemanha. Seu pai, um industrial alemão, faleceu aos 32 anos. Tinha dois anos quando, junto com seus irmãos mais velhos, Harald e Berghild, foi levado pela mãe, de ascendência austríaca, para viver às margens do Lago de Constance, na fronteira entre Suíça, Alemanha e Áustria.

Em 1965, aos 17 anos, foi estudar na Hohere Graphische Bundeslehr-und-Versuchsanstalt, em Viena, uma das escolas de design mais famosas da Europa. Venceu vários concursos enquanto ainda era estudante. Quando se formou, em 1970, foi contratado por uma empresa vienense de programação visual.

Em 1974, depois de ler uma reportagem sobre o design publicitário produzido por profissionais brasileiros, Hans Donner decidiu vir ao país. Após tentativas frustadas de conseguir emprego, acabou sendo apresentado – pelo fotógrafo David Drew Zingg – a Walter Clark, então diretor geral da TV Globo. Na época, a emissora não tinha um departamento de arte, e as aberturas dos programas eram realizadas por uma firma terceirizada. Ao ver os trabalhos do designer, Walter Clark o contratou imediatamente.

Antes de se mudar definitivamente para o Brasil, Hans Donner ainda voltou para a Áustria. No avião, rabiscou no guardanapo o que seria a nova marca da Globo. Oito meses depois, desenvolveria toda uma nova identidade visual para a emissora, que incluía logotipos, papéis de carta, novo design para a pintura dos carros, selos de discos e mais um rolo de filme de 35mm com diversas animações. A entrada de Hans Donner na Globo, em 1975, coincide com os 10 anos da emissora e, também, com a consolidação das transmissões em cores no país."


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Paul Auster, "Why write?"

Li este artigo há muito tempo, solto pela internet. Às vezes lembrava da amiga alemã grávida, mas tinha preguiça de procurar para reler. Agora encontrei o texto no Google Books. The red notebook: true stories, p. 61.

- - -

Paul Auster, Life and Letters, “WHY WRITE?,” The New Yorker, December 25, 1995, p. 86.


ABSTRACT: LIFE AND LETTERS relating five real-life anecdotes:

1. A German friend told of watching an Audrey Hepburn movie, "The Nun's Story,O a 1950's Hollywood drama. She had settled in to watch but was interrupted when she went into labor; at the end of her second pregnancy, she turned on the television and by coincidence watched the end of the same movie starting at the exact moment she had left off.

2. Writer caught his young daughter as she tumbled down the stairs.

3. When writer was 14, he attended a summer camp, got lost in the woods with a group of people; a thunderstorm came and the boy directly ahead of him was somehow struck by lightning and died.

4. Writer received a letter from a woman who lives in Brussels that told the story of a man who was captured by the Nazis in 1940 and kept in a prison camp. Years after the war, his son fell in love with the daughter of a guard.

5. Writer, age 8, attended a baseball game where he saw Willie Mays after the end, already in his street clothes. Writer asked him for an autograph, but neither he, his parents, his parents friends, nor Mays had a pencil. Writer grew very upset, and after that always had a pencil. If nothing else, the years have taught writer this: if there's a pencil in your pocket, there's a good chance that one day you'll feel tempted to start using it. As I like to tell my children, that's how I became a writer.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O que são deterrents neste caso?

Nem terminei o doutorado e estou me sentindo tão livre, como se tivesse acabado, porque organizei o material e agora só falta escrever a tese. Espero que a banca de qualificação seja compreensiva e não jogue minhas ilusões por terra.

Depois de muitos meses comprei um livro por gostar, sem relação com a pesquisa. Um escritor espanhol chamado Juan Benet. O conto se chama Você nunca chegará a nada. Começa assim:

- - -

"Um inglês bêbado que encontramos não me lembro onde, e que nos acompanhou durante vários dias e talvez semanas inteiras daquela desenfreada loucura ferroviária, chegou a dizer - depois de muitas noites mal dormidas e no decorrer de sabe-se lá que morrediça, noturna e interminável conversa - que éramos apenas uns pobres deterrent tentando em vão sobreviver. Depois disse que não entendia; perguntava por que continuávamos empenhados em viajar sem objetivo (talvez por isso nos seguisse) e pedia que explicássemos melhor o que pensávamos fazer, que - por favor - disséssemos de uma vez e claramente, pois, de outra forma, nos abandonaria para sempre à nossa triste sorte."

- - -

Tradução Maria Alzira Brum Lemos, Editora José Olympio, 2008.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Maz cIaro que zou

Noite de tédio no Rio, computador com tecIado quebrado. Momento ideaI para googlonanizmo.

Zimpática phigura do bIog MiIongaz, aparentemente extinto. Dizia o zeguinte em 2005 (zobre mim, olha que Ioucura):

"Aparentemente uma estrangeira. Não, é uma moça de trinta anos (...). Uma vez eu assisti a uma palestra dela e nunca imaginei que escreveria um livro que falasse de transas esporádicas. Ela é grande, branquinha, fala baixo, parece uma virgem."

O tecIado quebrou

Eztou no Rio, com o netbooc do cabrito. Phaz aIgum tempo que o tecIado anda zuzpeito: aIgumaz Ietraz não phuncionam.

Antez durava aIgunz minutoz, depoiz voItava ao normaI. Agora piphou de vez. Eu quiz comentar o texto da Tata zobre o trem azuu, maz ezcrever çóu phoi um probIema.

Augunz anoz atráz, oz computadorez tinham um mapa de caracterez, indicando az tecIaz de ataIho para cada Ietra. Parece que izzo não exizte maiz.

InpheIizmente.