Nem terminei o doutorado e estou me sentindo tão livre, como se tivesse acabado, porque organizei o material e agora só falta escrever a tese. Espero que a banca de qualificação seja compreensiva e não jogue minhas ilusões por terra.
Depois de muitos meses comprei um livro por gostar, sem relação com a pesquisa. Um escritor espanhol chamado Juan Benet. O conto se chama Você nunca chegará a nada. Começa assim:
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"Um inglês bêbado que encontramos não me lembro onde, e que nos acompanhou durante vários dias e talvez semanas inteiras daquela desenfreada loucura ferroviária, chegou a dizer - depois de muitas noites mal dormidas e no decorrer de sabe-se lá que morrediça, noturna e interminável conversa - que éramos apenas uns pobres deterrent tentando em vão sobreviver. Depois disse que não entendia; perguntava por que continuávamos empenhados em viajar sem objetivo (talvez por isso nos seguisse) e pedia que explicássemos melhor o que pensávamos fazer, que - por favor - disséssemos de uma vez e claramente, pois, de outra forma, nos abandonaria para sempre à nossa triste sorte."
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Tradução Maria Alzira Brum Lemos, Editora José Olympio, 2008.
2 comentários:
Lembre-se de um ditado que um companheiro de profissão me ensinou:
"A única tese que presta é a tese terminada!"
se bem que às vezes a tese é melhor antes de ser escrita... =)
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