segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Simplesmente imitá-la

Além do que segue abaixo, o livro era inspirado em "Infância", de Nathalie Sarraute. As primeiras (melhor em inglês, "the very first") linhas que escrevi eram assim:

- - -

"- Desculpe... eu achei que pudesse... achei que era possível...

- Você veria problema em simplesmente imitá-la? Simplesmente fazer como ela fez?

- E não tentar outra coisa? Quer dizer, simplesmente.

- Você sabe, você não tem conseguido.

- Isso tem me feito mal.

- Você parou de acreditar.

- Minha garganta está doendo hoje. Na semana passada, algo estragado me fez vomitar. Não tenho feito exercícios. Minha garganta dói.

- Você está se enganando. Tem mais tempo do que diz.

- Ontem vi minha amiga na rua. Ela estava com os cabelos molhados e conversava com um rapaz de bicicleta. Um rapaz parado, apoiado na bicicleta. Se ela me olhasse, por um instante pensei, poderia cumprimentá-la.

- Você a magoou muito.

- Era ela ou eu.

- Vi suas anotações. Você se engana com elas. Finge que trabalha, elas não são nada.

- Eu quase esqueci.

- Eu... se pudesse... cuidar da casa... limpar os vidros... tirar o pó do chão... dobrar as roupas...

- Fazer exercício... cuidar do meu corpo... me sentir saudável...

- Você está tossindo.

- Minha saúde piora.

- Por favor, pare com isso. Apenas comece a contar.

- Vou usar o mesmo título.

- Está bem. Apenas comece.

(segue) ..."

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