sexta-feira, 4 de julho de 2008

La canción de los pinos

Ando muito ocupada e nervosa. Triste.

Muitos anos atrás, no primeiro ano da faculdade, ouvi um programa na Rádio Cultura sobre o poeta Ruben Dario. Uma atriz argentina lia seus poemas. Nunca esqueci a voz corajosa, madura e musical.

É pena que eu não a possa imprimir ao digitar esses versos, que ainda hoje me marcam.

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(estrofes finais de "La canción de los pinos")

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"Románticos somos... Quién que Es, no es romántico?
Aquel que no sienta ni amor ni dolor,
aquel que no sepa de beso y de cántica,
que se ahorque de un pino: será lo mejor...

Yo no. Yo persisto. Pretéritas normas
confirman mi anhelo, mi ser, mi existir.
Yo soy el amante de ensueños y formas
que viene de lejos y va al porvenir!"

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Concordo que nem tudo é bom nessas estrofes. O último verso é horrível. Da primeira quadra, gosto da idéia mas reconheço que o conjunto soa infantil.

Mas estou totalmente vinculada às frases: "Yo no. Yo persisto. Pretéritas normas confirman mi anhelo, mi ser, mi existir."

"Anhelo", conforme li no dicionário há algum tempo, significa desejo. Talvez eu tenha lido errado.


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Sei que o saudosismo pode ser considerado conservador, politicamente.

Mas não entendo assim, nesse caso. Cada um sabe, internamente, quais são as pretéritas normas que lhe fazem sentido.


Reconheço a importância da dignidade e da gentileza, do sentido de missão, na leitura um tanto mítica que foi ligada à nobreza na Idade Média.

Ainda que, politica e existencialmente, eu seja materialista.

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