quinta-feira, 19 de junho de 2008

Encontro com Machado

Ontem foi minha última aula sobre M.A., obra e crítica.

Aprendi muitas coisas mas, se tivesse que escolher, o essencial seria: uma espécie de amor que comecei a sentir. Por seu trabalho, que antes considerava distante.

Veio principalmente da leitura das crônicas e contos que eu praticamente desconhecia. Porque em vários escritores admiro acima de tudo os textos menos prontos. Como Mário de Andrade... não gostei de seus contos quando li. Macunaíma é maravilhoso mas está excluído da minha lista de influências, na gaveta com Guimarães Rosa e qualquer folclore ou regionalismo. (sinto muito mas nasci num condomínio, chão de terra é muito estranho para mim)

Tenho uma lista de escritores de que prefiro as cartas ou cronicas à obra pronta. Caio Fernando, Olavo Bilac...

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Ah, principalmente porque: não gosto de "obras prontas".

5 comentários:

Anônimo disse...

Guimarães Rosa fala sempre de uma região muito específica e isolada de MG. E eu, que sou mineira, tb não conseguia chegar perto de entender qual a graça daquilo. Faz uns três anos que conheci um pedaço do sertão mineiro. E vou te dizer, desde então não consegui conversar sobre outra coisa. Por mais que tirem fotos, ou façam documentários, nada dá a verdadeira dimensão da beleza de lá. Olhando à distância, tudo parece um pasto, mas de perto não existe um centímetro que não tenha flor. E as pessoas tb parecem seguir a lógica da vegetação, nos tratos, nas comidas, na música e no jeito de falar. É impressionante e lindo, mas tb é difícil de conceber sem ver. Conhecendo, vira assunto pro resto da vida.

poeta sórdido disse...

e o que seria uma obra pronta? um post pra isso, talvez?

sabina anzuategui disse...

Sobre a paisagem: eu gosto de G.R., acredito que os lugares sejam lindíssimos. Mas tudo é tão distante de mim que eu nunca poderia escrever sobre essa gente. Por isso parei de ler... prefiro concentrar meu tempo nas cidades, é a experiência que conheço e sobre a qual posso escrever.

bernardo rb disse...

guimarães rosa não é documento. não é referencial. ele misturou várias coisas ali para falar sobre o sertão, criou uma coisa dele. não é à toa que dizia que o sertão é o mundo.

sabina anzuategui disse...

sinceramente, sem buscar controvérsia... quando li o "grande sertão", me deu uma sensação de "livro bem escrito, ok". realmente não é minha praia. o alcir pécora soltou ironias piores no mais desse domingo, 22/6.