Um exercício de pureza
Cursinho
Olivia cresceu em Alphaville, bairro planejado no município de Barueri, na região metropolitana de São Paulo. No início do cursinho, conhece um grupo de 3 amigas que frequentam bares em Pinheiros e transam com vários caras, principalmente alguns amigos que frequentam a roda.
As amigas não namoram ninguém. Transam nos bares e baladas, mas toda convivência íntima, de conversar e se apoiar, acontece entre elas. Vivem juntas.
Olivia fica seduzida e tímida. Depois de um namoro longo de 2 anos no colegial, ela agora quer transar por escolha própria, com caras que ela escolhe e acha bonitos. As amigas parecem um ambiente propício a isso, mas ao mesmo tempo a pressão (em forma de comentários divertidos) para transar com os caras da roda a deixa constrangida.
"Gosto de transar, mas não que vocês saibam e acompanhem tudo."
Numa festa, Olivia se interessa por um grupo de garotas que estão dançando juntas, tipo um trenzinho. Uma das garotas puxa Olivia para o trem. Olivia vai e gosta, mas quando volta para suas próprias amigas, elas olham desconfiadas.
Amigas organizam "fila" de amigos para transar com Olivia. Ela experimenta um, que acha mais bonitinho, mas fica frustrada. As amigas recomendam outro, que segundo elas é o melhor de todos. Mas Olivia acha ele feio e não quer.
Primeiro amor e ideais
No final do cursinho, Olivia conhece uma colega e se apaixona. É uma relação intuitiva e sexual, ela não pensa no futuro, que tipo de relação é aquela, não faz planos. Ela percebe que está amando num abraço muito forte e longo, uma proximidade muito profunda entre os corpos das duas.
Afasta-se um pouco do grupo de amigas anterior.
Quando o namoro acaba, Olivia decide ficar um ano sem sair com ninguém e dedicar sua energia a coisas mais importantes (estudar, trabalhar).
Olivia queria estudar biologia, mas tem medo de ser professora, e decide prestar fisioterapia. Quer trabalho com tempo flexível, para fazer atividade voluntária em causas ecológicas. Árvores urbanas. Plantas.
Colegial
Melhor amiga era estudiosa, muito preocupada com a aparência, queria fazer tudo certinho. Os pais trabalhavam muito durante o dia, e à noite o jantar entre família era bem preparado e obrigatório. Olivia podia conversar com a amiga na escola e no começo da tarde, mas no fim da tarde, horário das tarefas, amiga se afastava. Estudava para agradar os pais, mas não tinha ambições de carreira.
Queria encontrar o marido ideal, para ter um casamento perfeito como seus pais.
Na adolescência, a avó de Olivia (que a criou desde os 6 anos) começa a aproveitar a vida, Olivia se sente solitária e abandonada. Então começa a namorar um colega bom e carinhoso, em quem ela se apoia. Namoram por quase 2 anos, ficam muito grudados. Durante o namoro se afastou da melhor amiga, pois estava transando regularmente e ela não. Elas perderam o hábito de conversar intimamente, a amiga continuava virgem. Clima de inveja e brigas entre elas. Amiga não concorda que Olivia transe com o namorado. Ele não é importante para ela, é alguém que vai ficar para trás na vida dela. Amiga despreza esse namorado que é meio feioso e não muito inteligente.
Namorado era apaixonado pela melhor amiga de Olivia. Um dia, sozinhos em casa, sem nada para fazer, eles transam. Depois disso decidem namorar, sem paixão. Melhor amiga fica brava, perdeu os dois admiradores.
Durante o namoro, era o garoto que tomava a iniciativa de transar. Olivia regulava. Ele a agradava, fazia as vontades dela, elogiava, etc, até ela ceder.
No ultimo ano do colegial, Olivia terminou o namoro sem motivo específico. Queria estar livre daquilo tudo. Por isso escolheu fazer o cursinho em São Paulo, para se afastar dos amigos e dos laços da adolescência em Cidadelle.
Olivia era medianamente inteligente, e se dedicava medianamente à escola. Não era preguiça, mas uma certa distração. Era bonitinha, boa aluna mas não tanto assim.
Sua ídola na adolescência era a professora de biologia da escola, jovem e idealista.
Olivia participava de oficinas de recliclagem e fins de semana com aulas de ecologia, promovidos pelo grupo da professora.
Alguns anos depois, a professora levou alunos em caminhada na serra, um grupo se perdeu e um aluno morreu. Professora foi acusada informalmente, ficou deprimida, com muita culpa.
Primeiros anos
Olivia nasceu em 1978.
Ela perdeu os dois pais quando tinha 6 anos. Eles eram jovens (26 anos). Olivia foi criada pela avó paterna, que precisava lidar com a dor de ter perdido o único filho. Era uma mulher esportiva e jovial, que ainda não tinha 50 anos.
Olivia não lembra da própria dor. Ela só lembra da dor da avó. De precisar ajudar essa avó que tinha uma dor muito maior do que a sua.
Avó tinha estacionamento. No terreno do casarão antigo dos bisavós. Para ampliar o estacionamento, ela derruba algumas árvores antigas (estavam condenadas). Olivia fica triste mesmo assim, não pode ver externamente que as árvores estavam corroídas por dentro, para ela estavam vivas.
Quando Olivia está no colegial, a avó de repente muda de comportamento. Seu período de luto acabou. Ela começa a frequentar aulas de dança, coral, vai viajar com grupo de amigas da terceira idade. Diz para Olivia aproveitar a vida e ser feliz.
Trabalho e bissexualidade
Depois de formada, apesar dos ideais, Olivia se deixou levar pela facilidade de trabalhrm na clínica de uma antiga amiga da mãe. Esta mulher, feminina, veste-se com roupas românticas e delicadas, tem um certo ideal de uma vida bonita. A clínica tem flores, enfeites, é bem cuidada. Ela escolhe as fisioterapeutas pela aparência feminina e delicada. São todas bonitinhas.
Por causa do trabalho, Olivia volta para Alphaville. A avó agora tem 66 anos e tem um namorado. Avó não quer que Olivia more com ela. Quer receber o namorado, fazer jantares românticos, viajar com ele.
Olivia gosta de garotas porque são mais bonitas. Olivia sente-se excitada quando está junto da dona da clínica. Tem sonhos e impulsos eróticos sobre ela.
Narrar a atração e percepções de homo/bissexualidade nesse novo início.
Na primeira relação, no cursinho, foi tudo intuitivo, e Olivia não racionalizou sobre os impulsos de sua excitação. Agora percebe com mais clareza o prazer lésbico de se tornar ativa. O desejo de comer as garotas mais frágeis. E como isso se relaciona com a personalidade social boa e cordata.
Volta a Alphaville
Alguns anos depois de formada, amiga de Olivia (melhor amiga da adolescência) tem duas filhas, e fica muito tempo em casa, sem o marido. Ela não conta para os pais a situação difícil do casamento (os pais são o casal perfeito, ela tem vergonha). O marido parecia o homem ideal - médico neurologista, carreira promissora, um tanto dominador. Amiga descobre que o marido tem um caso, e decide se separar imediatamente, numa crise de dor e raiva. O marido é contra, e dá pouco dinheiro de pensão. Falta dinheiro para contas, comida, etc. A amiga está deprimida, as meninas despenteadas. Muito abandono e solidão.
Olivia ajuda a amiga a cuidar das filhas. Ela se compadece com a dor da amiga, assim como se compadecia com a avó.
Olivia percebe/desconfia que sua relação com a amiga tem algo de sublimação do papel de marido, o mesmo que tinha com a avó. Decide que precisa enfrentar sua vontade lésbica.
Olivia decide tentar aproximação com dona da clínica. Faz toda a corte, assume postura ativa. Dona da clínica aceita até a primeira transa, mas recusa a relação.
Olivia abandona tudo isso e volta para São Paulo
Amigas do cursinho, anos depois
Ao voltar para São Paulo, Olivia reencontra as amigas do cursinho.
Uma das amigas está numa fase difícil - com o primeiro namorado por quem se apaixonou de verdade, tem dedicação exagerada, mulher que ama demais - aceitou rejeições e traições, faz tudo por ele, é escrava, tirou fotos com algemas, etc.
Ao saber dessa história, Olivia se aproxima de uma das amigas, a que tinha personalidade mais próxima dela. Era mais independente, inteligente, irônica. Uma noite, jantando sozinhas, Olivia decide contar sua história lésbica. Amiga não rejeita, ouve com atenção.
Caso de amor com essa amiga.
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