"Em outubro uma enxurrada de solicitações de vários estranhos, para entrevistas e fotografias, motivou Virgina a escrever ao editor do New Statesman, instando com os leitores para resistir à mania de publicidade. Sua carta também pedia a artistas e intelectuais famosos para não permitir que relatos de sua vida privada ou sobre suas personalidades fossem publicados nos jornais, mas que em vez disso resistissem à sutil coerção de publicistas, admiradores e fornecedores de cultura oficial - uma proposta modesta com implicações radicais. Ela admitia que, ao publicar seu apelo à privacidade, chamava atenção sobre si mesma - contradição que refletia sua atitude de distanciamento. Ao mesmo tempo, tentava persuadir-se de que não importava o que os jornais e revistas dissessem a seu respeito, de que resenhas e notícias não passavam de distrações menores, meros "pingos de chuva". Mas sua suscetibilidade as tornava muito mais importantes do que sugere a metáfora."
(Virginia Woolf: a medida da vida, Herbert Marder, tradução Leonardo Fróes. Cosac Naify, 2011, p. 216)
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