Tese, tese.
Passei os últimos dias coletando frases de matérias antigas de jornal, tentando encontrar eixos nas opiniões sobre qualidades e defeitos de variadas novelas.
Sobre a questão do luxo:
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JB, 29 nov. 1969 (sobre Beto Rockfeller)
“Os espectadores são levados a crer que o acesso às mulheres, ao dinheiro e ao sucesso social não é assim tão difícil.”
O Globo, 10 jul. 1977
“[sobre Espelho mágico] Do ponto de vista do comportamento do mercado, pode ser que este, numa autodefesa da própria necessidade de ilusão, prefira ver os seus ídolos sempre inatingíveis, perfeitos, olimpianos, intocáveis, belos, fortes, poderosos. Alienação ou não, a verdade é que as idealizações fazem parte do cortejo de necessidades psicológicas do ser humano e pode ser que algo se quebre dentro do público, quando ele perceba que está desvendando o mundo dos seus ídolos e esse mundo é igual ao seu em insegurança, medo e até mediocridade, feiura e até pobreza...”
JB, 25 jul. 1977
“[Em Locomotivas] Lá o sonho já foi realizado, não há mais pobres e nem se luta mais pela vida. Eles só querem, só pensam em namorar. (...) Belamente confeitada, segundo todas as receitas da Metro dos anos 50 e das Panteras atuais, a novela é um eterno desfile de modas, penteados, adereços e calçados.”
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Há algum tempo me irritavam as novelas em que a única questão era isso: namorar. Da infância à velhice, parecia o único objetivo de todos os personagens.
Agora o tema da ascensão da classe C volta à moda (como nos anos 1970).
E os personagens voltam a se debater entre pobreza e riqueza.
2 comentários:
Meu pai costumava me dizer que as novelas eram como longas maratonas, sempre rumo ao casamento.
casamento e riqueza, "quem casa quer casa".
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