Em 1994, no segundo ano da faculdade, ouvi um programa na Rádio Cultura. Alternava poemas de Rubén Darío declamados por uma atriz argentina, e outros de José Martí, cantados por Pablo Milanés.
Me pareceu tão lindo que peguei uma fita e consegui gravar quase tudo. Ouvi a gravação muitas vezes, até que emprestei a uma amiga que nunca a devolveu.
Tentei encontrar outra cópia através da rádio, mas não consegui.
Finalmente, quando ficou mais simples a venda de discos pela internet, encontrei um site americano dedicado a compositores de esquerda (!!!). Comprei o disco com meu cartão de crédito internacional (transação pouco adequada ao tema), e o recebi depois de quarenta dias.
Talvez eu seja muito ingênua: mas até hoje fico impressionada com a beleza das canções.
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"Mi pan rebano en solitaria mesa
Pidiendo ¡oh triste! al aire sordo modo
De libertar de su infortunio al siervo
Y de tu infamia a ti!"
Um comentário:
Tenhos dois colegas cubanos no departamento e um deles uma vez me disse que Martí e Guillén são os dois poetas que batem mais forte no peito de quase todo cubano. Bom gosto!
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