quinta-feira, 8 de julho de 2010

Azeda assim

O comentário da Tata me lembrou de um poema que escrevi na faculdade. Nunca fui sofisticada em poesia. Mas busquei minha pasta de textos antigos, aí está:

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"Desde que eu tenho o direito de ficar triste,
eu só queria que me deixassem:
quietinha e triste.

Eu olho o dedo do meu pé com essa unha tão pequena,
minha barriga dói um pouco,
vou chorar um pouquinho, sentar aqui quietinha,
porque eu posso,
digam que eu posso.

Eu só queria que minhas costas não doessem,
que minha boca estivesse limpa e
não azeda assim.
Eu só queria:
eu queria um pequeno colinho onde eu pudesse me encolher.

Eu tenho o dedo do pé tão pequeno,
tenho o coração encolhido,
porque eu não sei se posso,
não deixam, eu não sei.

Será que vão deixar?
Eu queria só saber,
queria saber se eu pudesse,
se talvez deixassem que eu pudesse."

Um comentário:

Anônimo disse...

azeda assim como eu. rs