Estive na TV Globo do Rio, algumas semanas atrás, para consultar alguns roteiros antigos. É um projeto de pesquisa sobre autores de novelas na década de 1970, que foram ligados em algum momento ao Partido Comunista.
Com limite de tempo, li os cinco primeiros e os cinco últimos capítulos de O espigão (Dias Gomes, 1977), Nina (Walter Durst, 1977) e Os gigantes (Lauro Cesar Muniz, 1979).
"A trama de Nina se passa entre 1926 e 1929. Nina (Regina Duarte) é uma jovem professora do interior que inicia sua carreira num dos mais importantes colégios de São Paulo. Ao saber que a escola rejeita a matrícula de Isadora (Isabela Garcia), de oito anos de idade, por ela ser filha de artistas, Nina vai contra a decisão da diretoria da escola. A partir daí, a história se desenvolve contrapondo os ideais da professora aos dos personagens com perfis conservadores, como o barão Antônio Galba (Mário Lago), membro ativo do Partido Republicano Paulista (PRP), e sua família." (sinopse do site Memória Globo)
É interessante como Walter Durst escreve didaticamente. Seu texto é minucioso e explicadinho, mas bonito. Lembra histórias infantis.
Segue um trecho:
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"Dona Dalva - Você não leu os nossos prospectos? Lá está bem claro o que devemos ensinar às alunas: "a prática das virtudes sagradas e sociais incutindo nas meninas o amor ao trabalho, à vida doméstica, à ordem, à docilidade e à modéstia"...! Não é isso...? (...) Pois essa gente - os artistas - faz exatamente o contrário de tudo isso!
(...)
Nina - Mas ela ainda é uma menina...!"
Um comentário:
Essa idéia do artista como uma espécie de ET social é curiosa. Acho que ela faz parte do imaginário novelesco e olha que eu parei de assitir novelas há uns vinte anos.
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