segunda-feira, 12 de abril de 2010

Revista Realidade

Texto curioso do blog Sempre algo a dizer, sobre a revista Realidade:

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"O pau comeu na casa de Noca, ou melhor, aqui na redação do Sempre Algo a Dizer durante a reunião de pauta para saber que encaminhamento seria dado a este texto sobre a revista Realidade.

Eu, Sandro F., repórter, 35 anos, nem drogado nem prostituído, sugeri uma exaltação ao bom jornalismo, à imersão na reportagem, aos bons tempos em que ser jornalista era motivo de orgulho. Nosso editor, S. Fortunato, disse que seria mais interessante mostrar o ambiente cultural e jornalístico em que a revista surgiu, compará-la a já sem fôlego O Cruzeiro, falar sobre o público que exigia uma publicação como Realidade. O Redator-chefe, Sandro Fortunato, queria uma contextualização mais política, em que se falasse como um investimento empresarial teoricamente apoiado pelo governo militar podia se mostrar tão de esquerda e abordar tantos temas-tabus; que se enfatizasse seu surgimento dois anos depois do golpe e a mudança sofrida com o AI-5. Foi então que outro redator, o Sandrão, lembrou que esses tempos áureos – do lançamento a dezembro de 1968 – tinham no pelotão de frente os jornalistas Paulo Patarra e Sérgio de Souza, que nos deixaram este ano.

Em realidade, vos digo: falar de Realidade sem desenvolver uma tese acadêmica, escrever um livro (jamais escrito!) ou tomar pelo menos uma dúzia de páginas como a revista fazia para cada matéria é muito difícil. A parada foi resolvida de maneira bem democrática: os chefes mandaram e eu obedeci. “Põe tudo isso aí em um texto rápido para o leitor-internauta, fala das principais capas e reportagens do período 66-68 e avisa que tem um site que vai disponibilizar um sistema de pesquisa para se saber em qual edição saiu cada matéria, quem escrevia na revista, etc”, disseram eles. “Então tá”, disse eu."

(segue)

Um comentário:

Anônimo disse...

Engraçado que li sobre essa revista hoje.