segunda-feira, 5 de abril de 2010

Não sou escritor para escritores

Trecho do perfil de Érico Veríssimo, publicado por Jorge Andrade na revista Realidade em fevereiro de 1972:

- - -

A liberdade será sempre a minha causa


(...)

- Nunca pedi a ninguém que lesse um livro meu. Eles estão nas livrarias para serem lidos e são como eu pude ou desejei escrevê-los. Rotularam-me de superficial no começo de minha carreira, e esse rótulo ficou até hoje para qulaquer coisa que escreva. Acho que também tem havido muito exagero a meu favor. Isso me irrita.

Érico tem sempre uma curiosidade mesclada de receio, quando lê o que escrevem sobre seu último livro. Trata a crítica com certa impaciência, principalmente quando é dogmática.

- Fico intrigado e irritado quando, dentro da literatura brasileira que não é excepcionalmente rica em grandes escritores, sou tratado como romancista menor, o que não é justo. Posso ser menor num plano internacional, mas não no nacional.

2 comentários:

Paulodaluzmoreira disse...

Vc pode me mandar a referência bibliográfica dessa citação? Estou escrevendo sobre Érico e talvez essa menção seja útil. Ele deu nome aos bois [citou os críticos] ou não?

sabina anzuategui disse...

oi, paulo

eu li o artigo na tese de Terezinha Tagé, chamada "Jorge andrade, reporter asmodeu : leitura do discurso jornalistico do autor na revista Realidade."

Foi defendida na ECA-USP em 1988.

Na tese, há o xerox do artigo completo. (não anotei o n. das páginas, mas posso verificar)

Ele não cita críticos específicos. É um retrato de Érico ao estilo de Jorge Andrade... o texto se concentra principalmente na descrição da casa e da esposa Mafalda, e em memórias, falando do pai de Érico.