"Minha mãe se espanta com minha calma e certezas, como ela diz. Quando eu era adolescente, vivia comparando minha vida à dela. Aos quinze anos decidi ser professora. Comentou sonhadora: "Com quinze anos conheci seu pai. Com dezesseis casei."
As comparações eram mais importantes para ela que para mim, então, pois da infância até recentemente eu identificava meus gostos aos do pai. A mãe era um ser curioso, engraçado, quase alienígena. Suas histórias sobre cobras e lavouras na Paraíba, a cena de seu nascimento, que gostava de contar. Minha avó índia, jovem e grávida - descendo o morro, tentando alcançar a estrada, o bebê lhe escorrendo entre as pernas, debaixo do sol, entre a saia e as pedrinhas no chão."
3 comentários:
Lindo! Mas pq o marcador é "materialismo dialético"?rs
ò, provaelmente estarei indo pra çumpaulo amanhã.Te ligo.
Beijo
oi, rachel! estou por aqui, pode ligar.
o título provisório do livro é "materialismo dialético das lésbicas"... preciso achar outro melhor, mas por enquanto fica assim pra eu não ter deslizes sentimentais.
beijos!
Eu adorei esse título. Se for possível, não mude. rs
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