Fui assistir à montagem de Mão na luva pelo grupo de estudos do Grupo Tapa. Meu impulso era quase burocrático, já que o Vianinha foi um autor importante no período que estou estudando. Gosto dele, mas esse texto especificamente não me atraía.
E fui tomada, de surpresa, pela sedução corporal dos dois atores.
É estranho acreditar nos atores, mesmo desconfiando do texto.
Procurei alguma foto que transmitisse a sensação. Não encontrei totalmente. Esse homem deitado. As roupas pretas. Uma existência anterior à ironia.
2 comentários:
Também vi a peça, que recebeu muitas resenhas elogiosas e convincentes. Mas sinceramente achei extremamente enfadonha. A linguagem em si me soou datada, e os personagens são infantilizados, naquela dor caricata de fim de casamento. Os objetos de cena (um chapéu, uma rosa e um paletó) também remetem a metáforas gastas, como "palhaço chorando" por exemplo, chapéu coco ou a estética do Elifas Andreato. Algo assim. Os atores são bons, de fato. Mas não entendi por que exatamente se doaram a um projeto tão sem ressonância nos dias de hoje. Assim: jovens que compreendem o universo dos jovens da geração retrasada. A escolha da peça me soou a veneração acadêmica, mais do que ao reconhecimento da atualidade da obra. Não achei atual em nenhum sentido, especialmente no uso da linguagem. Talvez eu não tivesse que "achar" atual mesmo, mas a peça também não atualizou, não deu nenhum argumento, por assim dizer, do motivo que a faria sustentável ou relevante. É de um grande autor pouco conhecido? Ok, então que seja somente por isso.
Bem, Sabian, desculpe me estender aqui. Gosto do seu blog.
Um abraço
Oi, Flavia
Concordo com muita coisa que você diz. Vou aproveitar a deixa e desenvolver essas idéias, daqui a alguns dias.
Abraços!
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