Estou escrevendo um conto a convite de Rosel Soares, que organiza uma antologia de textos sobre malandragem. Fiquei timidamente vaidosa com o convite, porque sofro da síndrome da vaquinha Elizabeth.
É um livro que li quando criança. A vaquinha nasce no mesmo dia do menino, cresce como seu animal de estimação. É a vaquinha mais doce que jamais existiu, com olhos cor de mel, pelo caramelo e cauda em caracol. Um dia ela morre. Depois de muita tristeza, o menino resolve fazer uma festa de aniversário e convidar os amigos. Na hora do bolo aparece um fantasma. Todos se assustam, mas o menino logo reconhece os olhos cor de mel e diz:
- Ah, você não é um fantasma malvado. É o fantasma de Elizabeth, a vaquinha mais doce que já existiu.
O fantasma não se conforma por não conseguir assustá-lo, e logo volta com um saco na cabeça pra esconder os olhos. Todos se assustam, mas o menino percebe o pelo caramelo:
- Ah, você não é malvada. É Elizabeth, a vaquinha mais doce que jamais existiu!
Assim o fantasma tenta voltar várias vezes, sempre com um disfarce a mais, tentando assustar o menino. Até que ele percebe que Elizabeth queria realmente ser malvada, e não a vaquinha mais doce que jamais existiu. Ele se finge de assustado e o fantasma vai embora feliz da vida.
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Escrevo então o conto, me sentindo uma vaquinha fantasma.
3 comentários:
hehehe... gostei desse nome.
Conhece a 'Lúcia Já Vou Indo'? Minha mãe até hoje me chama assim. E seria mais ou menos este o nome da minha síndrome. rs
Bjos.
Tem alguma que ver com os mini-contos que vc escreve naquele outro site que vc divide com outros escritores?
Fiquei curioso.
Estou fazendo um conto normal, digamos assim: narrativo, com personagens, conflito, etc. Não tem cenas de sexo, mas um clima geral de irreverência.
O outro site é uma experiência: sempre tive interesse por pornografia, mas me incomoda a caretice do gênero... então estou reunindo informações inusitada entre amigos e desconhecidos.
Não sei bem por que comecei a fazer isso. Acho que é uma sublimação qualquer, ;)
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