quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Dias paraguaios

Chegamos ontem em Assunción. Na estrada me impressionou a paisagem verde, àrvores, nao esperava isso mesmo tento lido no guia.

O ùnico guia que encontramos falando do Paraguai - guia criativo do viajante independente na amèrica do sul. O nome parece piada - guia do mochileiro das galàxias.

Depois de duzentos quilometros tive alguma taquicardia , sensacao estranha de me afastar da civilizacao.

Na estrada, entre fazendas, paramos numa churrascaria e tive medo de pedir mais comida; haveria pouco? Meu regime baseado em proteina e salada faria sentido nesse lugar? Preciso ir numa livraria ou viro a personagem no Cèu que nos Protege, menos bonita que a Debra Winger.

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Os livros seriam importantes no Paraguai?

Sò escrevo isso para nao esconder o òbvio. Arrogancia urbana, quem diria, eu que me acredito tao libertaria e multiculturalista e etc.

Libertaria a ponto de ESCOLHER passar as fèrias no Paraguai.

Mas nao tanto a ponto de SUPORTAR isso.

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Cheguei no hotel e tomei duas cervejas, liguei a tv e tentei lembrar da civilizacao. Nao que a entrada da cidade fosse pior que a chegada no Rio ou em SP. Pelo contrario, era atè mais bonita.

Mas o corpo fìsico tem suas reacoes proprias.

Aos quinze anos tive algo parecido depois de viajar pelo norte do Paranà.

Saudades do asfalto.

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Mas Assunciòn è incrivelmente arborizada e calma. Encontramos uma livraria na praca, comprei um livro de cartas de um escritor paraguaio das dècadas de 30 e 40, tambèm outro da primeira mulher a publicar no pais, em 1921.

E o cafè expresso aqui nessa lan house è melhor que de vàrios restaurantes em sp.

6 comentários:

maria claudia disse...

em 1970 era fácil encontrar bife de carne de cavalo em assunción. comi e gostei.

Cassandra Mello disse...

pois é. a gente resolve viajar pra longe da civilização e ainda fica achando lanhouse pra, de alguma maneira, mandar notícias de nossas angústias. acabei de voltar de Canudos e fiz o mesmo de lá, fiquei postando as coisas de lá.

boa viagem!

Anônimo disse...

Galopeeeeeeiiiiiiiraaaaaaaaaa!!!!!
Sempre lembro dessa música quando ouço falar em Assunción rs.

Boas férias!

Paulodaluzmoreira disse...

Posso fazer uma sugestão? Um escritor paraguaio SENSACIONAL: Augusto Roa Bastos, que aliás definiu o Paraguai como "uma ilha cercada de terra por todos os lados". Conheço dele um romance incrível, o melhor dos romances sobre ditadores latino americanos [Yo el Supremo] e um conto "Nonato". Tem um livro dele que eu adoraria ter tempo para ler: "La Inglaterra que yo vi". E acabou-se minha cultura paraguaia. Aliás, tem também um filme bem recente: Hamaca Paraguaya de Paz Encina - um filme bom mas quase insuportavel, eu confesso [se vc conseguir ver vai entender].

sabina anzuategui disse...

Li um livro do Roa Bastos mas esqueci o nome. Era curto e gostei. Tentei ler a tradução brasileira de "Eu, o supremo" há alguns anos, mas não engrenou. Não lembro bem por que.

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Sim, "Galopeira" é inesquecível, provalmente por isso eu queria ir à Assunção. "Pra matar minha saudade, pra minha felicidade, Paraguai eu voltarei".

Sérgio disse...

Fantástico. Cheguei a cogitar a ir ao Paraguai. Nunca pensei que fosse dizer isso. Aproveite bem!