Hoje estou enrolando mesmo, porque preciso trabalhar e não estou nem um pouco a fim.
Então resolvi comentar um texto de minha aluna Silmara Ni Iizuka, que escreveu um projeto de série, um Sex & The City paulista, e ficou muito bacana mesmo. Na introdução ao trabalho, ela comentou o seguinte:
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"O projeto foi concebido a partir de uma inquietação minha, que dia após dia ouvia as amigas reclamarem das atitudes dos homens ou da falta delas. A partir de então, comecei a ler revistas femininas, como Nova, Gloss, Marie Claire, Claudia e Vogue. Nenhuma delas conseguia me explicar o porquê dos homens não ligarem no dia seguinte, pedir o telefone e não ligar de volta ou não atenderem as trinta ligações de uma mulher. Pode até soar infantil, mas eu realmente buscava respostas nestas revistas, que nunca conseguiram desvendar o que e como fazer e, principalmente, como manter o homem interessado em nós.
Não sei como e por que um dia vi a série Sex & The City, que até então eu só conhecia pelo nome. Coincidentemente, vi o episódio em que Miranda se perguntava por que os homens não ligavam e, no final, Carrie e Miranda chegaram à conclusão que os homens não ligam no dia seguinte ou nunca mais porque simplesmente não estão interessados. Achei a mensagem tão simples e direta!
No entanto, o ápice de minha busca veio quando, por um acaso, eu li uma revista masculina, Men’s Health, que além de ser rica em conteúdo, detalhava aos seus leitores o que, quando, onde e, principalmente, como manter a mulher interessada neles. Cada linha, cada matéria, cada página era tão meticulosamente detalhada que parecia o “mapa da mina”, literalmente. Fiquei surpresa ao perceber que uma revista masculina conseguia passar aos seus leitores informações precisas e objetivas sobre as mulheres, mas as femininas não conseguiam sequer dar uma tacada certeira sobre como agir com os homens. O mais engraçado é que nós, mulheres, sempre fomos tidas como complexas e confusas, mas imagino que indecifráveis não, pois a Men’s Health, pelo menos, tinha decodificado cada atitude e cada manha da mulher moderna."
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Bem, pensando nisso, já que sou uma mulher experiente e casada, resolvi fazer uma lista com dicas precisas e objetivas para ajudar:
1 - Se você quer só transar, as dicas da revista Nova funcionam. Mas não reclame depois, porque ele não mesmo vai te ligar. Como diziam antigamente, "pra que comprar a vaca se já bebi o leite?"
2 - Se você quer casar, entenda algumas coisas:
a) Você NÃO quer casar. Você quer alguma coisa fantasiosa que assistiu numa comédia romântica; casar é conviver com um homem real, e isso dá MUITO trabalho.
b) Se mesmo assim você quer enfrentar o pepino (trocadilho horrível) e casar ou namorar firme, as dicas são:
- Continue agindo com quem não quer casar. Cuide da sua vida, trabalhe, se divirta, e fique prestando atenção à sua volta... se você estiver feliz e se divertindo, algum homem vai gostar disso.
- Provavelmente esse homem não parece o Rodrigo Santoro nem o George Clooney; escolha, entre os interessados, aquele que te agrada mais. Leve em conta aspectos físicos, financeiros, familiares e organizacionais. Marido é pacote completo, não adianta casar com um endividado cronico e achar que isso vai se consertar depois. Mesmo que seja possível consertar, vai dar TANTO trabalho que não vale a pena.
- Quanto à aparência, confie mais no cheiro e nos feromônios do que numa imagem ideal que você tirou de algum filme ou programa de TV.
- Por mais moderno que o mundo aparente esteja, algumas coisas não mudaram. a) é ELE quem deve dizer que quer ficar com você; você pode insinuar, muito sutilmente, mas é ELE quem tem que morder a isca e dizer textualmente. Um cara que não tem coragem de dizer o que quer provavelmente é muito traumatizado por sabe-se lá que origem familiar e vai te dar muito trabalho.
- Se o cara vale a pena, às vezes a mulher pode dar uma ajudinha, traduzindo o que ele quer dizer mas não tem coragem. Precisa ter alguma sensibilidade pra isso, algum bom senso e trato humano. Uma pessoa razoavelmente normal consegue, é só ficar tranquila, não tem nenhum grande mistério. A neura é que atrapalha.
- Você pode controlar o ritmo do relacionamento, sem estressar. Se vocês estão namorando e você quer casar, e o cara está enrolando, você pode dar umas diretas sutis: tipo sossegadamente dizer: "eu quero casar, se você não quer mesmo, então se prepara porque vou pensar num plano B". Só que isso tem que ser honesto, não pode ser chantagem emocional. Entenda que o cara pode realmente não querer, e você vai passar realmente para o plano B, e paciência. Não adianta jogar um verde, depois fazer um drama porque o cara não mordeu a isca.
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- Enfim, depois prepare-se porque os cientistas têm toda razão quando falam das fases da paixão. Depois de 3 anos esfria um pouco, depois de 7 anos esfria muito, o primeiro filho pode ser uma alegria mas normalmente traz à tona traumas que você nem sabia que tinha. Em qualquer crise maior, a dica é sempre voltar para o estágio 1: "Cuide da sua vida, trabalhe, se divirta, e fique prestando atenção à sua volta... se você estiver feliz e se divertindo, algum homem vai gostar disso."
8 comentários:
Eu achei o estilo do texto bem interessante, meio "doidao" mas um doidao que eh obviamente uma "inconsequencia" proposital. Vc ja viu no youtube a comediante Sarah Silverman? Achei curioso tbm pq a Maureen Dowd eh uma das colunistas mais importante do New York Times [quase todo o mes a coluna dela esta entre os cinco artigos mais lidos no jornal] e ela eh levada a serio aqui [eu acho]. Entendi o receio do teu amigo, mas a resenha esta muito acima da media das resenhas da FSP.
Sabina, hoje é dia de confissão: encontrei seu blog enquanto fazia uma busca no Google sobre a "Miranda July". Desde aquele dia passei a acompanhá-lo sem nunca tomar vergonha na cara para fazer um comentário. (na verdade, tinha vergonha de parecer uma aluna retardada e intrometida)
enfim, cansei da minha posição de espiã.
Adorei o jeito dessa sua aluna escrever.. ela desenvolve o raciocínio de uma maneira super light e ate com um q de humor...
vou anotar suas dicas no meu caderninho para meu futuro uashauhsua
Sim, a Sarah de "S.S. Chronicles"? É muito louca, bem mais que eu.
Agora veja bem... me converti ao judaismo depois que casei, e meu bisavô veio do Paraguai. Chamava-se Marciano Anzuategui.
Então, em teoria, sou uma judia paraguaia, descendente de marciano.
O que explica muita coisa.
Bom, já que é dia de confissão (segundo Dindi dois comentários acima), tb confesso que acompanho seu blog já há algum tempo sem nunca tomar vergonha na cara para fazer um comentário (pelo mesmo motivo que Dindi coloca entre parênteses).
Este post me inspirou a sair da minha condição de espiã, por dois motivos:
1. conheço Silmara Iizuka
2. achei as suas dicas INCRÍVEIS! rs
(e tb vou anotá-las no meu caderninho) rs
Por fim, um único e singelo comentário: definitivamente, o estágio 1 deve ser nosso ponto de partida e, porque não, de chegada tb!
Sabina,
Mais uma aluna com medo de parecer retardada e puxa saco se revela...
Não vou repetir as desculpas acima, são as mesmas...
Anyway, as dicas do post são muito boas, é o tipo de coisa que eu VOU anotar em um caderninho para considerações futuras =D
Hoje é dia!
Mais uma aluna, mas não tenho vergonha na cara mesmo...rs
Adorei as dicas Sabina, estava precisando ouvir uns conselhos, e por mais que a gente saiba, ou imagine, é preciso escutar várias vezes até compreender perfeitamente.
Outra coisa, fato, tb conheço a Silmara e gostei bastante do texto dela. Já sabia por cima do que se tratava o projeto, mas não exatamente. Muito legal!
Bjos!
Ser egoísta demais é ruim, mas às vezes somos egoístas de menos. Precisamos de um pouco de vaidade, temperada com bom senso. É bom imaginar que somos lindas e os homens têm que lutar por nós (e não o contrário). Faz bem se sentir assim.
Mas isso requer a consciência de que não somos lindas para todos, só para alguns. E às vezes nem notamos esses alguns que gostam de nós, sempre sonhando com algo idealizado e distante.
Além disso, as princesas lindas também têm bom coração. Elas amam e tratam com carinho esses machos peludos e assustadores, como na "Bela e a Fera".
bom, de um jeito ou de outro, continuo a minha vida no mais digno espirito da chacrete!
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