domingo, 16 de novembro de 2008

O afeto

Terminei o livro hoje. Fiquei surpresa, porque consegui até juntar umas pontas soltas sem muita importância, o que talvez cause aquele efeito tudo-amarradinho de um dos meus filmes preferidos do Almodovar, "De salto alto".

(obs: meu outro preferido é "A flor do meu segredo", por motivos óbvios)

Mudei detalhes nesse parágrafo conforme as sugestões do Paulo:

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"Eu mudei de Curitiba logo depois de terminar a faculdade. Vim fazer residência em São Paulo, depois casei e continuei morando aqui. Paula casou mais cedo. Formou-se em pedagogia mas nunca trabalhou; engravidou sem planejar no último ano da faculdade, o namorado quis casar e ela aceitou. Depois decidiu ter o segundo filho logo, para "resolver de vez o assunto", mas nasceram gêmeos e o assunto não se resolveu tão facilmente. Escolheram gastar mais com escolas melhores, por isso não têm empregada, Paula cuida de tudo sozinha. Os três meninos têm uma energia assustadora, nenhum dos avós se arrisca a ficar com eles no fim-de-semana, "não tenho mais ouvido para tanta gritaria", a sogra diz. O marido não os leva passear se ela não for junto: "saem correndo sem avisar, vou acabar perdendo algum", é o que argumenta. Todos sempre prometem ajudar "quando eles ficarem maiorzinhos", mas Alexandre, o mais velho, tem oito anos. Os pequenos têm seis, e essa fase "maiorzinha" parece nunca chegar. Às vezes Paula consegue distribuí-los entre as mães dos colegas de escola e me liga orgulhosa: "consegui despachar os três". Nesses momentos conversamos."

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