quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ainda sobre Alcione

Reli algumas vezes esse trecho por causa dos comentários. A cada vez me parecia pior. Fiquei com dó do escritor, que talvez seja terrivelmente injustiçado por uma seleção mal feita.

De todo modo fiquei pensando: Ralph "dedilha acordes que parecem aleatórios" até que "todas as suas histórias se encontram". Por algum motivo, provavelmente porque estou diante de um teclado, achei que Ralph estava escrevendo. Escrevendo histórias sobre as tais emoções confusas.

Só depois pensei que ele poderia tocar piano. Provavelmente está, já que "acordes" é uma metáfora distante para escrita.

A história não melhora assim. O caso apenas demonstra como minha obsessão por vírgulas pode distrair do sentido real das frases.

- - -

Saudades de Alcione, a marrom.

"Meu vício é você, meu cigarro é você.
Eu te bebo, eu te fumo...

Fui rolando na vida e esbarrei em você."

9 comentários:

Anônimo disse...

Bom, parece que tudo que inclui a palavra 'emoções' chama muita atenção na internet. Faz uma busca no google pra ver. Vem geralmente acompanhada de um alto teor de açúcar e o povo gosta disso, o monitor chega a melar.
Mas a parte que mais me agradou no SEU texto foi: "Não vou comentar sobre as emoções confusas que buscam formas... silêncio sobre isso". Adorei! rs.
Além do mais, Ralph é um nome brega em qualquer contexto.

Carolina Andrade disse...

Xiiii, Sabina!
Lendo seu texto, descobri que sou uma criadora de emoções confusas...hehehehe
Crítica elegante, como sempre.

sabina anzuategui disse...

Eu gosto especialmente dessas maldades de madame, nariz empinado e o falso silêncio: "melhor não comentar".

Paulodaluzmoreira disse...

Vc precisava ver o "poema" [devia por mais uns dois pares de aspas] que o aprendiz de Paulo Francis Daniel Piza escreveu no blogue dele. O cara escreveu uma biografia do Machado de Assis [que muita gente malhou até doer] então não dá para citar ignorância como atenuante. Dá uma olhada:
Quando estou aqui sonhando com você
Você está aí, 11 horas antes de mim,

Em tarde de trabalho, sem saber
Que ocupa a minha noite em Pequim.
Talvez esteja ao telefone, talvez
Sorrindo, e de mim tão esquecida
Que me faz sentir um outro chinês.
Você é o fim da noite da minha vida.

Se então é você quem dorme, sonhando
Quiçá, no Oriente eu navego tonto;
Olho tudo, porém sempre pensando
Na ocidental estrela que já não conto.

Jornadas inversas, amor com jet lag,
Rotina em negativo, tempo-açoite:
Até de dia meu sonho a persegue.
Você é a minha vida ao fim da noite.

Se você se deita, já estou em pé,
Quando estou cansado, você desperta;
Se toma chá, eu tomo mau café,
Quando se veste, meu coração aperta.

Compro pérolas, lacas, sedas, jades,
Tento cobrir fuso horário a nanquim,
Mas não há pechincha para as saudades.
Você é a minha noite com a vida ao fim.

O pior são os comentários, achando o poema da figura "uma gracinha", como diria a Hebe.

Flávio. disse...

"Depois da terceira ou quarta dose, Ralph põe o copo à direita do teclado e, meio ausente, dedilha acordes que parecem aleatórios, até que, atraído, se senta. Parece que, sentado ali, todas as suas histórias se encontram e, sem ganhar nitidez, vagam misturadas, criando emoções confusas que buscam formas para se expressar."

Pra mim o problema tá mesmo no excesso de pontuação, putz pra que tantas???????? Não dá pra entender isso, simplesmente não dá... mas quanto as citadas "emoções confusas" acho que está havendo uma má interpretação aq, e por isso venho em socorro do nosso companheiro de letras: acho que o problema é vcs não estarem analisando a questão sobre o ponto de vista musical que o autor tenta expor. Quando se fala em teclado (embora a primeira leitura realmente cause dúvidas quanto ao que ele quer se referir)entendo por teclado de um piano ou outro instrumento similar (afinal tirar "acordes" de um teclado de computador fica meio forçado), portanto quando se fala em "emoções confusas que buscam formas para se expressar" nada mais está sendo dito do que um músico que busca na sua arte uma válvula de escape para as emoções, ou seja alguém que através de melodias tristes ou alegres tenta dar forma as suas emoções.

Eu mesmo devo confessar que através do meu velho de violão já fiz o mesmo inúmeras vezes ;)

p.s: mas as vírgulas no texto... :(

Flávio. disse...

errata
no lugar de "velho de violão" entenda-se velho violão.

Anônimo disse...

Oi, Sabina
Festa e comida de mãe são duas coisas ótimas. Felicidades para as duas.
Beijos e Bom fds tb!

sabina anzuategui disse...

Daniel Piza... e aqueles aforismo? Por que ele acredita que aquilo merece ser publicado?

Rachel Souza disse...

Sabina,
Fechou com a frase da Marom e arrebentou!rsrs Pus um post lá no blog em homenagem...rs
Beijo!!