terça-feira, 3 de junho de 2008

Ela era boazinha

Mudei umas frases no primeiro capítulo, senão o discurso da narradora perderia o nexo. Um pouco de ironia sobre a psicóloga que a atende no início do livro. Resolvi que o homem no começo é um caso extraconjugal. Antes apenes ele era casado. Agora ela também. Tem um marido razoavelmente rico, dirige carros automáticos, é uma intelectual de respeito. A psicóloga acha tudo isso lindo... nada específico contra essa classe profissional, mas, enfim.

- - -

"Não consegui voltar a dormir, e com alguns pensamentos soltos lembrei de minha última conversa com a psicóloga, quase um ano atrás. Imaginei seu espanto diante desse sonho. Ainda guardava sua imagem quando falei que não iria mais voltar. Seus olhos tristes e talvez quase chorosos. Sim, chorosos, e a sensação incômoda de que me admirava mais do que devia. Escolhi uma psicóloga boazinha e agora não a podia suportar."


"Talvez eu estivesse errada quando decidi interromper o tratamento com a psicóloga. Ela era boazinha mas parecia inteligente. Poderia talvez interpretar alguma coisa."


"Não era psicanalista, eu não teria paciência para isso. Seguia a linha americana e às vezes ela improvisava brincadeiras."


"Pensei em responder mas não falei nada. Parecia óbvio e não quis ser agressiva. Havia realmente o muro, havia a grade. Se era simbólico, se a grade significava qualquer coisa que eu não percebia, o que eu poderia fazer? Uma grade tem sentido evidente e não sei se os psicólogos se interessam por isso. Desenhei o que estava lá. Era o que eu via."

Um comentário:

Rachel Souza disse...

É, a gente nunca sabe o que um psicólogo pensa da gente, eles acham cada nó...