segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Três horas

Encontrei Heloisa no café do Reserva Cultural na sexta-feira. Eu havia escrito sobre minhas dúvidas na revisão do livro. Antes que ela começasse a falar, eu adiantei que havia pensado um pouco mais, e quase já desistira de transformar o texto num diário da narradora quando criança. Iria apenas escrever um prefácio e deixar o texto como está.

Heloisa sugeriu que eu recuperasse os trechos que cortei depois das críticas de L.S. Segundo ela, esses trechos deixavam o livro mais ambíguo e adulto. Sem eles, a narrativa perdia o senso de estranhamento e a história das crianças parecia apenas infantil.

Voltando pra casa, tive uma sensação de confiança, de respeito. Embora eu me esforce para ser sempre técnica quando escrevo, não consegui evitar o sentimento de reconforto por recuperar coisas que escrevi com intensidade, e havia hesitado em cortar, e finalmente cortei para deixar o texto mais "ágil", e ao final percebi que a agilidade não havia ajudado. Pensar agora que essa decisão foi errada, e voltar atrás, me fez sentir muito bem.

Hoje trabalhei quase três horas sem parar, o que nunca faço. O excesso de concentração deixa minha cabeça agitada e tenho medo de entrar em euforia. Mas só preciso tomar cuidado: me dedicar, depois parar.

3 comentários:

carla castellotti disse...

SABINA,
vc não imagina o quanto é bom te ler em tempo real.

estava aqui procurando seu email pra lhe falar umas coias, mas meu hotmail insiste em n abrir, então estava rodando o google quando duvidei que o blogue fosse seu mesmo.

putamerda, que coisa boa!
me baixou uma euforia quase impossível depois do almoço, nessa hora de sesta. putamerda[2] eu estou indo pro email, mas não queria deixar de comentar e dizer como estou feliz em poder te ler.

um beijo grande,
cá.

júlia disse...

minha experiência com a escrita é muito semelhante do que você diz nesse último parágrafo,
também é tão importante não perder o fio,
mas estou tão cansada de um velório seguido do enterro da minha tia-avó que hoje é parar, depois me dedicar.
ah, esqueci de dizer: prazer, olá,

sabina anzuategui disse...

Prazer, Júlia.
No meu caso há um problema médico também... não é só a energia da escrita.
Meus sentimentos sobre sua tia-avó.