Tento continuar a revisão. Durante a noite, imaginei que poderia manter um texto seco, próximo ao diário de Carolina de Jesus, para evitar o que me irrita na literatura infanto-juvenil atual: um estilo Bridget Jones adolescente.
Um trecho do que fiz hoje:
VERSÃO ANTERIOR
Enquanto nossa professora conversava no corredor, as meninas da outra classe chegaram, e abraçaram Verinha. Ficaram aninhadas a ela, que fazia carinho em seus cabelos - as meninas crescidas, já do tamanho da professora morena e miúda. Eu estava com Paula dentro de nossa sala, entre os restos da festa. A imagem das meninas abraçadas me chamou a atenção: durante todo o ano, ouvimos os gritos de Verinha, a professora mais famosa no colégio, por ser baixa e brava. Lembro de ficar parada, observando o abraço, os carinhos, uma ligação que eu não suspeitara antes entre braveza e afeto. Enquanto nossa professora, que eu considerava tão próxima a nós, estava agora distante, com as outras meninas, que não éramos nós, eram outras.
VERSÃO ATUAL
Eu não tinha nada para fazer porque Paula estava cansada. Olhei para o corredor e vi Cíntia e outras meninas da 4aB abraçando a Verinha. Ela fez carinho no cabelo de Cíntia e achei estranho. Quando a Verinha fica brava, nós ouvimos seus gritos da nossa classe. Nossa professora nunca grita. Mas nunca fez carinho no cabelo de nenhum aluno.
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Também excluí a observação sobre a altura de Cíntia. Achei muito improvável que uma menina de 10 anos fosse maior que a professora, por mais baixa que esta pudesse ser.
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