quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Criação literária

Queridos amigos e autores em formação: 

Em setembro, começarei algumas orientações particulares de criação literária. A proposta é acompanhar o autor iniciante durante a escrita de seu livro de prosa, auxiliando na estruturação geral da narrativa, redação dos capítulos, definição de estilo e outros aspectos criativos. 

O período de orientação pode durar de 2 a 6 meses, conforme a necessidade do autor. Nesse período, o objetivo é concluir a redação do original desejado, em sua primeira versão.


O trabalho se organiza assim: primeiro há uma conversa, para organizar os objetivos do autor. A partir disso, eu organizo um cronograma, prevendo o número de encontros e o conteúdo de cada etapa.

Os encontros podem ser semanais ou quinzenais. Na cidade de São Paulo, podem ser realizados pessoalmente. Em outros municípios ou estados, pela internet, via skype. 

Cada encontro de 1 hora teria o valor de R$ 70, incluindo as trocas de emails no processo. 

O email de contato é sabina.anz@gmail.com.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Richard Skinner, diretor da Faber Academy

Richard Skinner, diretor da Faber Academy, escola criada pela prestigiada editora britânica Faber and Faber, em Londres, é um dos convidados do Pauliceia Literária, festival que acontecerá de 19 a 22 de setembro na Associação dos Advogados de São Paulo.

O britânico coordenará, no dia 21, uma oficina literária chamada "Da Ideia à Criação do Romance". Serão três horas de atividades, em inglês.

Segundo ele:

"Bons romances não são escritos com a cabeça ou com o coração, mas sim com o estômago. Meu objetivo para este workshop é tentar mostrar que um romance será muito melhor se o autor seguir seus instintos viscerais."

"Cursos de escrita criativa não devem servir para dizer o que os estudantes devem pensar ou escrever, mas para ajudá-los a desenvolver suas próprias fontes de criação."

Em seu livro teórico "Fiction Writing" (Hale Books, Inglaterra), do qual foram pinçadas as dicas abaixo, Skinner diz que não é propriamente a escolha da "voz" literária o maior problema dos escritores iniciantes. O professor sustenta, por sinal, que "encontrar a própria voz" é um dos grandes mitos literários. A grande inimiga é a pressa.

"Quando um autor novo tem uma ideia, ele começa a escrever de modo afoito e perde o gás depois de 50 páginas. Uma das partes mais difíceis do processo de escrever é o de sustentar e desenvolver a história", diz à Folha.

DICAS DO PROF. SKINNER

1 - CTRL C + CTRL V
Pegue um livro que você admire e copie uma página. Observe o ritmo das frases. O que você nota nelas? Escreva usando os recursos

2 - BIG BROTHER
Vá a algum lugar cheio de gente, como uma estação de trem ou um café, e observe o que acontece no entorno. Observe as pessoas e tente criar pequenas histórias com o que vê

3 - 15 MINUTOS
Pense num amigo e escreva por 5 min. sobre ele. Depois pense no que fez no dia anterior e escreva por 5 min. Por fim, tente estabelecer um elo entre os textos, em 5 min.

4 - AÇÃO!
Um bom diálogo é uma impressão de como as pessoas realmente falam, não uma cópia. Restrinja os diálogos ao mínimo possível. Ações são sempre melhores do que diálogos

Fonte: "Fiction Writing - The Essential Guide to Writing a Novel", de Richard Skinner

SUGESTÕES DE LEITURA:

- 'A Arte do Romance', de Milan Kundera (ed. Companhia das Letras)
"O escritor tcheco descreve a arquitetura de seus romances e examina a história deste gênero, de Cervantes a Kafka."

- 'As Entrevistas da Paris Review, vol. 2', vários autores (ed. Companhia das Letras)
"Este volume inclui entrevistas longas com grandes escritores como Alice Munro, Gabriel García Márquez e Stephen King."


http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/09/1336315-professor-ingles-vem-ao-brasil-para-ensinar-autores-iniciantes-a-escrever-romances.shtml

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Uma Longa Jornada" de Nicholas Sparks

Cada vez me interessa mais a técnica do best-seller narrativo romântico para adultos. Num primeiro olhar, parece tudo formulaico e repetido. Mas como dizia JCB sobre as telenovelas, "É fácil de entender, e difícil de fazer."

Sobre Nicholas Sparks:

"Ele brinca quando é questionado sobre o segredo para escrever um best-seller. "É só escrever um livro que muitas pessoas queiram ler", diverte-se. "Isso é sério. Ninguém fez nada como Tolkien (autor de "Senhor dos Anéis) até a chegada de J.K. Rowling (autora de "Harry Potter). Você tem que criar algo novo ou escrever algo que já exista, mas de uma maneira nova", diz.

Escrever, porém, não está entre os maiores prazeres do autor. Ele diz que sofre e que pode demorar até seis meses para começar um novo livro. "Uma das coisas mais difíceis é provocar uma emoção genuína no leitor. Você tem que fazer isso de um jeito original, com contexto e na voz dos personagens". Ele conta que chega a ler 100 livros por ano e garante que essa é a única maneira de se escrever bem.

Tudo o que o cerca pode virar uma história, ela só precisa parecer real. "A voz do personagem tem que soar verdadeira e sólida. Se é verdadeiro para o personagem, é verdadeira para o leitor". O autor, no entanto, só senta na frente do computador depois de definidos o começo, o final e algumas características dos protagonistas, como idade e estado civil. Os demais detalhes são criados ao longo do processo."

http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/30/autor-de-diario-de-uma-paixao-conheceu-esposa-no-spring-break.htm

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Textos reciclados

Ao final de "O mundo inimigo", de Luiz Ruffato, há uma página explicando quais contos anteriormente publicados foram aproveitados e adaptados ao romance.

Eu me perguntei os motivos dessa explicação. Um senso de honestidade, ou o medo de que reconhecessem alguma passagem, e ficasse no ar a sensação incômoda de repetição, desconfiança de autoplágio ou preguiça?

Creio que Clarah Averbuck ou alguém como ela teve problemas assim.

Eu gosto de reaproveitar textos antigos nos romances. Tenho dois motivos:

- Artigos de revista ou textos de blogs são temporários. Seu tempo passa rápido. No romance, eles ganham uma espécie de vida eterna, situações naquele universo autossuficiente.

- Ao escrever um romance, há o perigo do encadeamento mecânico. Você segue uma lógica narrativa e começa a se repetir. Reler anotações antigas traz flash avulsos para arejar isso.

Um texto antigo, adaptado, raramente fica igual. Às vezes sobrevive apenas uma linha, uma figura de linguagem, uma ideia.

Como neste parágrafo, em que reciclei um artigo escrito para o blog "Vadio amor":

"Aos dezesseis anos acreditava no amor livre. Era anarquista pelo convívio com os skatistas de Osasco, e entre muitas conversas sobre as soluções para os erros do mundo eu defendia que a monogamia era fruto da propriedade privada capitalista, e o amor deveria ser dividido como as terras cultiváveis e os meios de produção. O ciúme era equivalente ao monopólio e a exigência de fidelidade era como a exploração da classe trabalhadora. Nessa época era virgem e nunca tinha namorado. Passados vinte anos, o amor livre continuava uma especulação teórica. Eu havia conhecido ou ouvido histórias de traidores compulsivos, solteiros convictos, swingers, infidelidade consentida, casais que não transam, casais com anexos eventuais, pessoas que desistem de relações românticas para frequentar prostitutas. Mas o amor livre civilizado, declarado e consentido, esse ainda era potencialmente uma lenda urbana."




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Romance em primeira pessoa

Escrever um romance em primeira pessoa é muito difícil. Principais dificuldades de técnica narrativa, na minha experiência:

a) criar eventos interessantes para manter a agilidade do enredo, nos limites das ações cotidianas (lembro vagamente que Marguerite Duras escreveu: "É muito fácil escrever um romance com uma guerra, um divórcio, e uma viagem internacional");

b) alternar com equilíbrio ações da protagonista, suas reflexões, ações dos outros personagens, e sua subjetividade;

c) transmitir a vitalidade dos outros personagens, mantendo o ponto de vista do narrador (se ele não esteve no passado e na vida cotidiano dos outros, é difícil criar, sem repetição dos mesmos recursos de diálogo, situações em que isso possa ser narrado).

domingo, 28 de julho de 2013

American Splendor Assaults de Media


"What he said led me to believe that she probably liked my work but wasn't going to do anything for me, and she didn't. I was enraged even though I initially didn't think there was much chance of The Voice doing anything for me. Why hadn't this woman ignored my first letter instead of answering it and giving rise to some false hope I couldn't completely supress?"

"I think I know the answer. She had good intentions, but good intentions come cheap. It's easy to make promises, give assurance. Her execution was lousy, though. A person with good intentions who promises things and is too lazy to come through is often more harmful than a malicious person. (...) People like the assistant book editor don't even care enough about you to want to hurt you. That's why they're shocked when you get angry at them. They promise you things because they want to seem agreeabele. They don't keep their promises because it's too much trouble. They keep breaking their word because thy're so seldom penalized for it. It's accepted behavior in our society, like being fashionably late for dinner."

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Máxima do dia

Talvez as pessoas sensatas recomendem silêncio e concentração para escrever. Mas quando você tem o compromisso de escrever tantos dias por semana, e está morrendo de preguiça, deixar o facebook ligado é um truque pra distrair e continuar escrevendo entre amigos para não sofrer tanto.