sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Verniz cultural

É difícil pronunciar nomes de autores estrangeiros.

Estudei algumas línguas estrangeiras na adolescência, mas as dúvidas continuam.

Peter Handke, autor austríaco, deveria ser pronunciado provavelmente assim: pê-tâ hând-kê. Mas ficaria cabotino, e escolho a pronúncia em inglês, arbitrária. Por que dizer píter seria mais correto que péter ou pêter? Ambas igualmente distantes da pronúncia original. Abrasileirar é caipira, então americanizamos.

E as autoras americanas? Alison Bechdel. Lembrando as aulas de alemão, imaginei a pronúncia Bék-déu (em alemão seria bérr-déu). Conversando com uma estudante de Miami, eu disse baixinho, envorganhada. Ela compreendeu: "Ah, Betch-déu".

Mas o Google Tradutor traz outra pronúncia.

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Minha mãe dizia a seus alunos, a respeito de nomes estrangeiros: "Se não querem estudar línguas, ao menos aprendam o básico, pra ter algum verniz cultural."

Mas o que é mais cafona? Dizer co-pó-la ou có-po-la? Iu-túbe ou iu-tíube? Wikipédia ou wikipidia?

Meu verniz cultural não é suficientemente impermeável.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu sou caipira!

Paulodaluzmoreira disse...

Meu filho, cuja primeira língua agora é o inglês, qdo está no Brasil faz questão de pronunciar os nomes em inglês como se usa no Brasil, tipo Brédji Pitxi para Brad Pitt. Tem coisa mais caipira que posar de cosmopolita?

sabina anzuategui disse...

Foi o que o Pânico na TV resumiu muito bem, naquele bordão da Sabrina Sato entrevistando Justin Bieber.

"- Ô, Jâstchin...
- Djãstn!"