Blog parado faz quase dez dias e nem percebi.
Trabalho, doutorado, vida familiar - e outras novidades, conhecidas e desconcertantes. Estranho terminar um casamento em que vivi, durante quase dez anos, como hóspede na vida de outra pessoa. De repente me vejo novamente eu mesma - com esse lapso, como nos filmes em que se acorda dez anos mais velha.
Talvez minha segurança hoje nem existisse - ou existisse de modo mais frágil - sem a convivência prolongada com o que era tão diferente.
Se eu tivesse tentando ser eu mesma, talvez não conseguisse.
Mas porque tentei ser outra - ou porque tentei sobreviver seguindo outros princípios - então volto a mim mesma de estalo, como um elástico esticado que se solta.
4 comentários:
E isso dói?
Beijo.
Dói um pouco, mas alivia também. =)
Bonita a imagem do elástico que volta depois de dez anos. Volta mas deve voltar diferente, né? A gente se consola pensando que volta melhor.
Hehe, nem sei se é questão de consolo... A ruptura é dolorosa, mas, diferente de quando eu era mais nova, é uma dor específica, localizada, não carrega todo o resto junto pelo ralo.
Foi uma história com tantas diferenças... idade, origens, dinheiro, personalidade, hábitos. Eu era o lado mais suave, e acabei meio soterrada na combinação.
Mas a convivência me aliviou de tantas culpas internas... por exemplo, sempre tive vergonha de ser lenta, medo de parecer preguiçosa para os outros e pra mim. Mas vivendo com alguém em eterna agitação, percebi as virtudes de ser calma e parei de me envergonhar.
O mesmo aconteceu com outras coisas... eu sei lá se existe uma idade pra amadurecer. Mas de certo modo sinto como se amadurecesse mais cedo, uma certa paz de espírito da meia-idade, embora ainda faltem 3 anos pra chegar aos quarenta. =)
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