Tenho assistido ao canal japonês para descansar depois do almoço. Nos canais estrangeiros, noto a diferença de edição, fotografia, trilha sonora.
O canal japonês lembra o canal francês, com pouca e discreta trilha musical. Não se destacam vinhetas e efeitos eletrônicos. Há muitas reportagens editadas em ritmo lento, como antigos documentários de vida selvagem. Muitas cenas ao ar livre, às margens do mar e dos lagos.
Não entendo japonês. As pessoas falam baixo, em ritmo constante. Fecho os olhos e me concentro no som, fico assim uns vinte minutos. Sem o som baixo e monótono, é difícil escapar dos pensamentos cotidianos.
Tenho assistido a shows musicais, o que raramente fazia. Por causa do meu sobrinho, passo mais noites em casa. Se quero sair e não saio, um programa narrativo é fraca substituição. Não alegra, não descontrai. Humor e música criam a leve ilusão de falar bobagem e aproveitar a noite.
Desde a mudança, tenho apenas uma antiga TV de 24 polegadas, de tubo. Durante anos assisti a uma enorme TV de LCD. Para assistir a filmes em DVD, o aparelho digital era melhor. Mas para a televisão pura e simples, a televisão que chega em fluxo contínuo à moda antiga, prefiro o aparelho de tubo.
3 comentários:
Cada um tem lá seus carneirinhos pra contar.
Hoje me peguei assistindo desenhos animados antigos pra ter essa mesma leve sensação de alegria. Foi bom.
Nunca vou me esquecer de ficar assistindo um canal japonês num torpor completo até que de repente vi uma lata verde e branca de café rodando na tela e a voz do locutor, de repente compreensível, dizendo "nescafeeé buraco!" E no rótulo da lata que chegava ao primeiro plano na tela a tradução: "buraco" era a maneira japonesa de pronunciar "black".
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