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Carro de presos
Um pouco antes das 20 horas, um aero-willis preto do Departamento de Polícia Federal chegou ao teatro. O general Silvio Correia de Andrade pedia a presença de uma comissão de atores em seu gabinete.
O susto foi substituído pela tranquilidade quando Lilian Lemertz, Plinio Marcos, Juca de Oliveira, Francisco Cuoco, Ety Frazer e Aracy Balabanian entraram no gabinete do general Silvio. Ele queria ler um telegrama que recebera do general Florimar Campelo, diretor do departamento de Policia Federal, em resposta à visita que os atores fizeram na véspera à delegacia estadual do órgão. O general leu para a comissão:
- Peço informar comissão artistas greve pacífica de protesto é um direito que regime democrático em que vivemos lhes confere. Suspensão artista Maria Fernanda motivada desrespeito autoridade quando chamada Serviço de Censura de Diversões Publicas para entendimento. Peça
Nesta altura, Plínio Marcos interrompeu:
- Mas não precisa ser fanática.
- ... e culturais norteadoras nossa sociedade bem como artistas dignos desse nome que não compactuam enxovalhamento arte e desconsideram publico com emporcamento teatro. Autorizo dar divulgação presente mensagem.
Plínio Marcos, após a leitura do telegrama, entregou ao general Silvio o documento recebido da classe teatral do Rio sobre o encontro com o ministro da Justiça. O general não quis fazer nenhum comentário. Os atores acham que os dois documentos divergem frontalmente.
Na saída, o motorista do aero-willis preto não quis levar os atores de volta para o Municipal. O problema foi resolvido com um carro de presos, que trouxe de volta os representantes da classe.
2 comentários:
Essa está no melhor estilo "recordar é viver". A leitura do telegrama é pelo general é coisa de comédia italiana! Será que tem uma foto deles voltando de camburão?
pois é, cena incrível!
também fiquei imaginando o reporter anotando palavra por palavra...
mas não tem fotos, pena.
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