quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Auge da loucura, 3

Este é um blog feliz, porque alguém se interessou pelos folhetos do Auge da Loucura. Nos próximos dias, vou transcrever outros episódios.

Coloco hoje uma página digitalizada, para que vocês possam ver o rostinho do texto.



O AUGE DA LOUCURA CONTINUA VIAJANDO DE CARONA

O nosso folheto está sendo distribuido agora também em São Paulo e por isso muitos dos nossos novos leitores não sabem que isso foi inventado graças aos planos econômicos que andam tumultuando a vida de todo mundo aqui no Brasil pois como estes planos criaram recessão, crise e tal aconteceu que eu, por causa disso, também fiquei desempregado razão por que inventei o AUGE DA LOUCURA e que é um empreendimento que foi iniciado sem um só centavo de capital e mesmo por que os nossos métodos de trabalho são todos um tanto invulgares como viajar de carona por exemplo pois como os folhetos são impressos numa gráfica que fica nas proximidades da rua Augusta em São Paulo, eu vou de Caçapava e volto de São Paulo todas as semanas desta forma.

Uma viagem de ida e volta de Caçapava até São Paulo está custando 14 reais e como estou fazendo esta viagem há 3 anos, faça a conta e veja quanto dinheiro já foi economizado deste jeito. Não parece, porém já são mais de 2.000 reais que eu não precisei arrancar de alguém.

Agora veja como foi a minha última viagem para São Paulo na sexta-feira após o feriado do dia 12 de outubro pois as coisas aconteceram assim:

Primeiro, fui as 6:00 horas da manhã até a saída da av. Henry Nestlé que dá na Dutra e aí parei ali e comecei a rezar pedindo para Deus me dar a carona.

Mas como quase não havia ninguém passando por causa do feriado pois quase todo mundo emendou, aconteceu que este primeiro lance demorou mais de 40 minutos até que finalmente um carro parou e me levou até São José dos Campos.

AS VACAS DO FAZENDEIRO

Este carro era de um fazendeiro e na viagem ele foi contando que os bandidos andavam entrando de noite na fazenda dele e roubando vacas.

- Eles matam a vaca. Tiram a barrigada e depois levam embora. Já me roubaram 4 ou 5 vacas deste jeito. Depois eles vendem esta carne para alguns açougues que compram.

- E os açougues não sabem que se trata de carne roubada?

- Claro que sabem porém são todos uns sem-vergonhas. Sabe, hoje não existe mais ninguém honesto neste mundo. Por dinheiro, eles vendem até a mãe.

Pouco depois eu parei perto da ponte da Jonhson em São José dos Campos e comecei a rezar.

- Ó Senhor, faz favor, me dê uma carona que me permita recuperar o tempo que perdi em Caçapava.

Pouco depois apareceu uma mulher de óculos que me levou até Jacareí porém antes eu havia visto uns andantes que estavam parados perto do viaduto e como eu tinha umas moedas no bolso fui até lá e chamei um deles.

(Continua na página 3)


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COMENTÁRIO: Adoro a última fala. É o que todos devíamos pedir a deus: uma carona que nos permitisse recuperar o tempo que perdemos em Caçapava.

Um comentário:

Dindi disse...

por favor Sabina, continue a trasncrever meesmo

Acho que as palavras "Caçapava" e "Jacareí" estão no hall das que me causam arrepios...

"Caçapava" por causa de todas as vezes que eu ouvi o rádio do ônibus avisando que tinha que parar lá pra pegar gente (atrasando, dessa forma, inúmeras viagens minhas pra São Paulo)

"Jacareí" por todas as vezes que eu tava viajando e perguntava "mãe, a gente tá chegando?" e ouvia um "não filha, tamo em Jacareí ainda" haha