Voltei hoje a revisar "O afeto". Comecei esse livro em 2002, quando li três volumes de "Em busca do tempo perdido". Estava muito preocupada com os detalhes da memória e o livro quase não tem trama. É bastante descritivo sobre o ambiente e as relações entre três amigas de um condomínio em Curitiba, aos onze anos de idade, na década de 80.
Por coincidência recomecei a ler "À sombra das raparigas em flor" em janeiro. Fiquei surpresa porque o livro agora me parece muito cansativo. Não sei se passou o impacto da descoberta do estilo de Proust, ou se é simplesmente uma questão de tempo. Quando li os primeiros volumes, estava trabalhando em Mogi das Cruzes e passava três horas no trem. Agora, com apenas alguns minutos para ler antes de dormir, fico irritada com quatro ou cinco páginas absolutamente redundantes.
De manhã percebi que meu livro também está um pouco cansativo, e isso me deixou triste. A editora comentou que não sentia, nesse texto, a surpresa narrativa de "Calcinha no varal". Hoje percebi que ela tem razão, e não sei se consigo melhorar isso.
Vou continuar a revisão até julho. Realmente não gostaria de dedicar mais tempo a isso, porque um antigo professor me desaconselhou e achei que parecia sensato. Ao mexer num texto indefinidamente, ele pode virar um monstro de Frankenstein.
2 comentários:
Li alguma coisa de Proust faz umas duas semanas. Não conhecia nada dele, mas uma amiga quis me enviar por correio o xérox de um trecho do 'Em Busca do Tempo Perdido' (o capítulo sobre os tais 'bolinhos de chuva' e as lembranças que eles evocavam). Eu gostei. Fica uma espécie de coincidência no ar (ou não), quando entro aqui e vejo este post.
Se voc� quiser ler mais, procure a tradu�o da Editora Globo. � a melhor em portugu�s.
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