quinta-feira, 17 de julho de 2008

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Ontem voltei à biblioteca da FFLCH , precisava ainda de alguns livros sobre o Machado. Não consigo evitar uma alegria infantil toda vez que entro naquele prédio. Me orgulho da carteirinha amarela, anoto o número da lombada no papelzinho de rascunho que eles deixam ali cortadinho. Feliz. Nem evito os diminutivos.

A primeira dedicatória do meu livro era "para todas as bibliotecas infantis que frequentei". O cabrito achou pretensioso e mudamos, "para raul da ferrugem azul".

Gosto evidentemente de livros, livrarias, essas coisas todas que os leitores gostam... mas nada se compara a uma biblioteca. Até a biblioteca minúscula da colônia de férias da Associação dos Servidores Públicos do Paraná, onde passávamos o verão, uma sala minúscula que nem merecia esse nome, até ela me desperta carinho. Como a biblioteca da minha escola primária, a biblioteca pública do Paraná, a da Cultura Inglesa, do Goethe, da praça Dom José Gaspar, da Consolação...

Pensando nessa lista, lembrei de outras bibliotecas feias que preferi não frequentar. Nunca gostei da biblioteca empoeirada do Instituto Italiano de Cultura, por exemplo. Embora tenha emprestado ali um livro de Cesare Pavese que nunca esqueci.

Isso parece pretensioso? Por que seria? Eu era criança, os livros coloridos quase não tinham letras, não havia nenhum esnobismo nisso. Eu simplesmente entrava ali, no recreio, maravilhada. Era uma sala redonda com estantes baixas sob as amplas janelas.

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Desculpem se ficou brega. Guardo em silêncio meu amor pela leitura porque é comum demais, escritores defendendo a literatura. Acho em teoria que o mundo poderia viver sem ela, num mundo antigo e oral baseado na memória. Não gosto de proselitismo: o amor é meu.

3 comentários:

marcos disse...

eu escrevi um texto brega, sentimental demais, e graças a ele fui admitido para trabalhar numa biblioteca onde passava os dias ganhando o salário roçando as lombadas dos livros. com todas as sibilantes. um dia larguei a biblioteca, as pessoas não eram tão atraentes assim, e livros, tinha-os meus. quando quis voltar as pessoas não me quiseram e até hoje eu tenho vergonha de entrar lá, cumprimentar, não é tão vergonha, mais preguiça. escreveria outro texto brega, se houvesse ocasião. um amigo meu usa a gíria "barango" pra significar. e eu não me nego a.

Anônimo disse...

Não ficou brega.

sabina anzuategui disse...

um texto barango? que horror.