domingo, 28 de fevereiro de 2010

O grito, de Jorge Andrade

Bem, acho que não é ilegal mostrar um trecho da novela que estou estudando. Foram 125 capítulos, sessenta horas de imagem. Sete minutos são apenas 0,2% do total.

A língua do cão

Coloquei no You Tube o único curta-metragem que dirigi na vida. Foi gravado em 1995, na USP, quando eu fazia o terceiro ano do curso de Cinema. Cada aluno bolava um curta de 3 minutos; as funções eram preenchidas pelos colegas da turma, revezando em fotografia, som, edição, etc.

Eu não queria dirigir, mas não consegui escapar. Isso explica a escolha de um cenário único, a ação baseada no diálogo (preguiça).

Nunca pensei que seria engraçado. Achei que estava sendo sarcástica sobre questões de sexualidade e tal, mas não imaginei que as pessoas fossem rir.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Maravilhas da informática

Pergunta: como converter arquivos VOB para o formato MPG?

Subtexto: como copiar os DVDs de O grito, fornecidos pela ECA para meu doutorado, para ter uma cópia mais acessível no computador?

Resposta:


Convert VOB (DVD) To MPEG Files- No Recoding - Celebrity bloopers here

domingo, 21 de fevereiro de 2010

American family revisited

Sugestão do blog Som de filme, de minha amiga Gabriela:

"O documentário An American Family Revisited, de 1983, tenta ilustrar o que pode ter sido o show original An American Family, produzido pela rede pública PBS em 1971 e exibido em 1973, no formato de 12 programas."

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A noiva

Li este conto de Tchekhov na segunda-feira à noite, antes de dormir. Tive uma triste sensação de familiaridade, aumentada pelo cansaço e o sono.

Há uma tradução disponível aqui. É diferente da publicada pela L&PM. Mais antiquada, talvez mais bonita.

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"Nadia chegou à sua cidade ao meio-dia. O caminho da estação para casa deixou-lhe a impressão de que as ruas eram muito largas e as casas pequenas e achatadas. Não havia gente nas ruas; cruzaram-se apenas com um afinador de pianos, um alemão de sobretudo cor de cenoura. Dir-se-ia que todas as casas estavam cobertas de poeira. A avó, velha de todo, gorda e feia como antes, abraçou Nadia e chorou muito, incapaz de afastar o rosto encostado ao ombro dela. Nina Ivanovna também estava visivelmente mais velha e mais feia, como que encolhida, mas continuava com a cintura fina e anéis com brilhantes nos dedos.

— Minha querida! — exclamava ela, tremendo toda. — Minha querida!

As três ficaram algum tempo chorando em silêncio. Notava-se que tanto a avó como a mãe sentiam que o passado estava perdido para sempre, irremediavelmente; já não gozavam a consideração de antes, não tinham a mesma posição social nem o direito a receber visitas. O mesmo se sente quando uma casa, em que se levava uma vida fácil e despreocupada, é invadida de noite por policiais que revistam tudo, descobrindo-se então que o dono havia desviado fundos ou falsificado dinheiro, e pronto — adeus vida fácil e despreocupada!

Nadia subiu ao andar de cima e viu a mesma cama, as mesmas janelas com simples cortinas brancas, lá fora o mesmo jardim inundado de luz, alegre e sussurrante. Passou a mão pelo tampo da sua mesa, sentou-se e ficou pensativa. Havia almoçado bem e tomado chá com natas, gordas e saborosas, mas sentia falta de qualquer coisa; os quartos pareciam-lhe vazios e os tectos muito baixos. Quando, à noite, se deitou, metendo-se por baixo do cobertor, pareceu-lhe estranhamente engraçado estar naquela cama quente e muito fofa."

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma vizinha contou

"Em março, aos dezoito anos, começaram minha aulas. Estudava de manhã e podia ficar todas as tardes na biblioteca. O pai me proibiu de ajudá-lo: "pra carregar caixa, já basta eu". A mãe concordava e reforçava: eu devia aproveitar minha chance. Na universidade a comida era barata, havia livros e computador. Ela só me pedia, por medo da violência, que voltasse antes de anoitecer.

Eles acreditavam que meu jeito quieto era complemento do amor aos estudos. Eu não brigava com ninguém. Tinha amigas que raspavam os cabelos e faziam tatuagens, mas nunca as trazia para casa. Quando uma vizinha contou à minha mãe, eu respondi com pureza: há gente que vê maldade em tudo. Letícia era a única amiga que meus pais conheciam. Usava roupas pretas e muitas correntes, mas parecia feminina..."

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(continua)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Três vezes um salário

"Entrei na faculdade em 1999, por consequencia de uns poucos conselhos e informações. No primeiro colegial a professora de matemática sentou à minha frente numa aula vazia e perguntou quais eram meus planos. Ivete era brava, branca, olhava os alunos sem paciência e gritava muito. Não havia delicadeza na pergunta e nem desconfiei que quisesse ajudar. Ainda tentava responder, intimidada, quando me interrompeu:

- Você precisa trabalhar para ajudar seus pais?
- Eu... não... não sei...
- Então entre na Universidade. Não perca seu tempo por aí.

Comecei a articular alguma coisa sobre meus pais e a mensalidade, mas ela retomou seu discurso tenso:

- Faça o vestibular da Universidade Estadual. Escolas particulares não prestam. Você não vai passar em Medicina, mas tem cursos menos concorridos.

Parecia preocupada em transmitir seu conselho com exatidão, mal olhava para mim. Talvez, acostumada à dureza, ao contato difícil com os alunos, o papel de amiga lhe pesasse.

- Você é inteligente, gosta de estudar. Pode se formar em Letras, Física... Se for professora do Estado, talvez ganhe três vezes o salário mínimo. É alguma coisa. Pelo menos.

Eu nunca pensara em ser professora. Meu pai ganhava mais que três salários fazendo carreto, mas era um serviço braçal. Quando contei, ele ficou orgulhoso:

- Professora? Ela disse isso?

Então o conselho se tornou um plano. Procurei apostilas, visitei cursinhos. Descobri que o jornal tinha um suplemento para vestibulandos às quintas-feiras. O pai passou a comprá-lo, era a primeira vez que havia jornal em casa. Menos ostensiva, a mãe não opinava: apenas, ansiosa, verificava se eu estava estudando. No dia do exame fomos juntas, ela me esperou no portão. Foi à banca antes que eu acordasse, no dia seguinte, para comprar o jornal e conferir o gabarito. Quando saiu o resultado da primeira fase, fechou os olhos e fez orações em silêncio.

Também foi a primeira a ouvir, pelo rádio, o resultado final. Chamou meu pai e eu com pressa, e ficou acompanhando a lista em ordem alfabética. Quando o locutor disse meu nome, contraiu os lábios e chorou, segurando minha mão."

Salvando as falsas-vinhas

Ontem passei a manhã no jardim. Compramos mudas de falsa-vinha para cobrir o muro, mas até agora não encontramos um pedreiro que faça os buracos na lajota por um preço razoável.

As mudas estavam secando. Resolvi ajeitá-las em vasos improvisados, para que sobrevissem até os buracos ficarem prontos.

Usei um balde lascado e uma lixeira velha. Enchi com gravetos, terra e húmus de minha própria criação de minhocas.



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desculpas

Tristemente, decidi pedir uma palavra de verificação nos comentários. Cansei de apagar spams.

Peço desculpa às pessoas reais.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010