terça-feira, 29 de julho de 2008

Investigação desta ciência

Estou feliz ao abandonar a arrumação da casa e aproveitar a tarde, sentando ao computador e escrevendo um pouco. Escrevo antes de verificar os e-mails para não ser atropelada por mensagens e mais coisas a fazer.

Reorganizando meu livros. Ana Miranda disse numa palestra seu método para recuperar a vontade no momento de escrever: pega um livro na estante e relê o que lhe pareceu tocante.

De todas as explicações sobre "por que escrever", essa me parece a mais simples e verdadeira. Continuar o que temos na estante.

- - -

"o toque lógico e final
dado a um vasto esplendor
conseguido como recompensa por um trabalho:
não se é rico mas pobre
quando se pode sempre parecer tão correto.
O que se pode fazer por eles -
estes selvagens
condenados a malquerer
todos que não sejam visionários
prontos para incumbir-se da tola tarefa
de enobrecer as pessoas?
Este modelo de petrina fidelidade
que "abandona o marido tranqüilo
só porque se cansou de vê-lo" -
com esse orador a lembrar:
"Estou às suas ordens".
"Tudo que diz respeito ao amor é um mistério;
a investigação desta ciência
demanda mais que um dia de trabalho."

(...)

"Marriage", de Marianne Moore, traduzida por José Antonio Arantes

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